Início Especial Uso de agrotóxico para combate a piolho leva criança à morte

Uso de agrotóxico para combate a piolho leva criança à morte

Amanda Menger
Tubarão

A região sul registrou dois casos graves de intoxicação devido ao uso de agrotóxicos para combater piolhos em crianças. O primeiro ocorreu em janeiro, em Imbituba. Dois irmãos acabaram internados em estado grave, em Florianópolis, e recuperaram-se depois de alguns dias. O mais grave ocorreu na última semana, em Criciúma. Adriele Gonzales de Melo, de 3 anos, que estava internada no hospital infantil Santa Catarina, teve a morte cerebral confirmada ontem.

Os dois casos fazem parte de uma estatística que preocupa o Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina, ligado ao Hospital Universitário (HU). “Só neste ano, foram registrados 18 casos no estado. Em 2007, foram 13. Para cada registro, temos estimativas de 50 que não foram oficializados”, alerta a coordenadora do centro, Marlene Zannin.
Nos dois casos, os pais passaram agrotóxicos de uso animal nas cabeças das crianças para matar piolhos.

“Eles passaram veneno no couro cabeludo, região que tem uma absorção rápida. Muitas vezes, os pais usam estes produtos e os filhos têm vômito, tontura, diarréia e nem relacionam com a utilização do agrotóxico”, observa a coordenadora.
A recomendação de Marlene é que os pais procurem os postos de saúde ou liguem para o 0800-643-5252 e tirem dúvidas. “Eles devem usar somente produtos próprios para seres humanos, como xampus vendidos em farmácias”, orienta. Além disso, os métodos usados antigamente podem ser utilizados.

“Os pais podem usar vinagre ou chá de arruda. Mas as crianças não devem ficar com estes produtos por muito tempo no cabelo. Nem pensar em dormir com eles”, explica. Outra recomendação é o uso do pente fino. “O pente fino é bom porque retira do cabelo não apenas o piolho, mas a lêndea também”, indica.

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