Trump rejeita “dólar digital” e apoia criptomoedas

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, declarou nesta semana sua oposição à criação de um “dólar digital”. Durante entrevista à Fox News, Trump afirmou que esse tipo de moeda seria “muito perigoso” e poderia levar ao desaparecimento repentino de dinheiro das contas das pessoas. Em contrapartida, o presidente demonstrou apoio às criptomoedas descentralizadas, chegando a lançar sua própria moeda digital chamada $Trump, que já apresentou valorização expressiva.

Críticas ao dólar digital ecoam no Brasil

Enquanto nos Estados Unidos Trump critica as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), no Brasil o Banco Central avança com o desenvolvimento do Drex, o real digital. O projeto enfrenta oposição de parlamentares de direita, como a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), que teme a extinção do papel-moeda e defende propostas legislativas contra a implementação do ativo. A parlamentar argumenta que as CBDCs podem significar um controle excessivo do governo sobre o comportamento e os recursos dos cidadãos.

O Drex, que já está em fase de testes, foi utilizado em sua primeira transação no início de janeiro. Ele é considerado um dos projetos mais avançados entre as moedas digitais de bancos centrais no mundo. Apesar de suas vantagens em escalabilidade e modernização financeira, especialistas apontam riscos, como a possibilidade de bloqueio de contas e congelamento de valores por autoridades centrais.

Diferenças entre criptomoedas e moedas digitais nacionais

As criptomoedas descentralizadas, como Bitcoin e Ethereum, operam de forma independente de bancos centrais, oferecendo maior privacidade e transparência. Nessas redes, as regras são codificadas no sistema e só podem ser alteradas com o consenso da maioria dos participantes. Já as CBDCs, como o Drex, são centralizadas e permitem que governos ou autoridades monetárias exerçam controle total sobre os ativos.

O debate sobre o uso de CBDCs e suas implicações vai além da economia, trazendo à tona questões de governança, privacidade e liberdade financeira. Enquanto Trump e críticos alertam para os riscos de “tirania governamental”, defensores das moedas digitais centralizadas destacam seu potencial para modernizar sistemas financeiros e aumentar a eficiência das transações.

Segurança e privacidade em jogo

A segurança das criptomoedas descentralizadas é frequentemente destacada como uma de suas maiores vantagens. Por sua natureza, essas redes são quase impossíveis de serem hackeadas, enquanto as moedas digitais de bancos centrais, por serem controladas por poucas entidades, são mais suscetíveis a ciberataques e ao uso indevido de informações. No caso do Drex, usuários deverão ser completamente identificados pelas instituições participantes, o que contrasta com o anonimato das criptomoedas tradicionais.

Trump, em seus discursos, tem enfatizado que as moedas digitais centralizadas podem representar uma ameaça à liberdade, enquanto exalta o potencial das criptomoedas para proporcionar maior autonomia financeira. Suas declarações reacendem o debate global sobre o futuro das moedas digitais e o impacto que elas terão na vida das pessoas.