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STJ autoriza cultivo de cânhamo industrial para fins medicinais

Gustavo Lima STJ Divulgação Notisul Digital
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira (13) que é juridicamente possível o plantio, cultivo e comercialização do cânhamo industrial no Brasil, desde que seja utilizado exclusivamente para fins medicinais e farmacêuticos. A decisão deve ser regulamentada pela Anvisa e pela União em até seis meses.

Cultivo do cânhamo industrial é autorizado para saúde

O cânhamo industrial, uma variedade da Cannabis sativa com menos de 0,3% de THC, poderá ser cultivado no Brasil por pessoas jurídicas, segundo decisão do STJ. Essa medida não infringe a Lei de Drogas, pois o cânhamo, diferentemente da maconha, não possui efeitos psicoativos e apresenta alta concentração de canabidiol (CBD), usado em tratamentos médicos.

A regulamentação deverá ser elaborada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela União, com o objetivo de garantir segurança no cultivo e evitar desvios. Atualmente, o Brasil importa insumos à base de cannabis para produção de medicamentos, o que encarece os tratamentos.

Diferença entre cânhamo e maconha

A ministra Regina Helena Costa, relatora do caso, destacou as distinções entre cânhamo industrial e maconha:

  • Cânhamo industrial (hemp):
    • Teor de THC menor que 0,3%.
    • Alto teor de CBD, usado para fins terapêuticos.
    • Sem efeitos psicoativos.
  • Maconha:
    • THC entre 10% e 30%.
    • Efeitos psicotrópicos e classificação como droga ilícita.

Essa diferença foi fundamental para justificar que o cânhamo não se enquadra nas proibições da Lei de Drogas.

Decisão busca reduzir custos de medicamentos

O STJ apontou que a proibição de cultivo nacional gera altos custos para pacientes e para a indústria farmacêutica, que depende de insumos importados. O reconhecimento do cânhamo como matéria-prima medicinal pode:

  • Baratear tratamentos para doenças neurodegenerativas e transtornos mentais.
  • Incentivar a pesquisa e a produção nacional de medicamentos.
  • Ampliar o acesso à saúde para pacientes que precisam de tratamentos à base de cannabis.

Regulamentação ainda depende da Anvisa

A decisão do STJ é um passo importante, mas o cultivo só será efetivado após a regulamentação da Anvisa e da União. Medidas como rastreabilidade genética das sementes, plantio em áreas específicas e monitoramento das empresas envolvidas deverão garantir segurança na cadeia produtiva e evitar desvios de finalidade.

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