Tubaronenses assustados com ataques de gangues

Maycon Vianna
Tubarão

A ação de gangues em Tubarão tem causado sérios transtornos e medo. Não é de hoje que a violência de alguns jovens é caso de polícia. Frequentemente, adolescentes são atacados por grupos de cinco a seis garotos, vestidos de preto, que provocam quem passa pela avenida e geram confusão.

Um desses casos ocorreu no último dia 26, um domingo: um jovem de 18 anos foi agredido em frente ao Farol Shopping. A brutalidade foi tamanha que um dos rapazes da gangue chegou a dar um soco por trás da vítima, que não teve tempo de reagir. “Ele não soube nem de onde surgiu o soco, desmaiou. Foi espancado, o rosto ficou todo machucado, quebrou os dentes, vários cortes na testa, no nariz, no queixo e chegou quebrar a mandíbula”, relata a mãe do rapaz agredido, a costureira Maria Helena Freitas Lima Corrêa.

Os golpes foram tão ‘pesados’ que o jovem ficou desacordado por horas e teve que ficar internado três dias no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Ele terá que ser submetido a uma cirurgia de reconstrução da mandíbula.
Outras duas estudantes também foram seriamente agredidas, nas proximidades do mesmo shopping, no último fim de semana. “A ação das gangues tem sido monitorado pela Polícia Militar. Estamos trabalhando para tentar coibir este tipo de ação por parte destes jovens, que, na maioria das vezes, estão embriagados e gostam mesmo é de arrumar confusão”, detalha o capitão Reinaldo Pires Júnior, da Polícia Militar de Tubarão.

Entre os mais recentes casos de violência cometida por gangues ocorreu no último domingo. Duas meninas, de 15 e 16 anos, foram agredidas por volta das 20 horas, nas proximidades do Hospital Nossa Senhora da Conceição. “A sorte que um casal passava pelo local e, como um deles é lutador de artes marciais, conseguiu tirar minha filha da briga”, conta a advogada Silvana Zardo, de Tubarão.
Silvana lamenta a falta de ajuda das pessoas que presenciaram a violência. “O crime mora ao nosso lado, precisamos criar consciência disso e nos mobilizar. Havia muita gente na avenida e nada fizeram. Lamentável”, decepciona-se.

Seguranças do shopping não podem intervir nos confrontos
O problema com as gangues que causam tumulto nos fins de semana em Tubarão é antigo. Constantemente aos domingos, grupos com seis a dez jovens concentram-se em frente ao Farol Shopping para beber e provocar briga. “Segundo a portaria 387 do Ministério Público, os seguranças não podem atuar na rua e fazer a função da PM. Eles só podem intervir dentro dos limites internos do empreendimento. Neste caso específico, o correto é requisitar o trabalho da polícia”, explica o advogado do Grupo GAM, Guilherme Zumblick Aguiar.

Para o comissário da infância e da juventude de Tubarão João Valésio Bittencourt, o problema das gangues está associado ao uso de drogas. “Pode ter certeza que tem droga na parada. É um problema de cunho social em nossa cidade. Os jovens agridem, furtam, assaltam para comprar crack. As gangues têm tomado conta da cidade e o problema já chegou ao conhecimento da vara de família”, relata João Valésio.