TJ nega soltura de homem acusado de traficar drogas junto com o filho de cinco meses

A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina negou habeas corpus e manteve a prisão preventiva de um homem flagrado quando supostamente traficava drogas em Canasvieiras, no norte de Florianópolis, em um veículo onde estavam sua companheira e o filho, uma criança de apenas cinco meses à época.

Os entorpecentes, cerca de 30 gramas de maconha e 100 gramas de cocaína, foram localizados no interior da bolsa de mantimentos para o bebê. O fato ocorreu por volta das 23 horas do último dia 18 de janeiro, na região conhecida como “Canto do Lamim”, apontada pela polícia como local onde se registra intenso tráfico de drogas.

No pedido de habeas corpus, a defesa do acusado alegou, em síntese, que não há razões para supor que o suspeito, em liberdade, ameaçará a ordem pública ou a aplicação da lei penal. Sustentou, ainda, que o fato das drogas terem sido encontradas na bolsa do neném foi ato de “desespero” diante da presença dos policiais.

Para o desembargador Antonio Zoldan da Veiga, relator do HC, a decretação da preventiva após a prisão em flagrante foi medida acertada do juízo de origem. Ele corroborou o entendimento do magistrado de 1º grau, que destacou indícios de expertise na prática delitiva uma vez que, em tese, o homem levava junto seu filho de cinco meses para possivelmente evitar abordagens policiais. A gravidade do delito, entendeu, é reforçada pela exposição de um bebê aos perigos inerentes ao comércio de drogas, bem como aos riscos de as próprias substâncias entorpecentes, acondicionadas na bolsa da criança, contaminarem objetos e acabarem ingeridas pelo menor.

Também não passou despercebido que o suspeito já tem condenação anterior pelo crime de roubo e, como admitiu, estava há apenas duas semanas na capital, aonde viera atrás de oportunidade de emprego na temporada de verão. Além disso, prosseguiu o magistrado, o homem, em pouco mais de oito meses, já residiu em cidades de Minas Gerais, Espírito Santo e, agora, Santa Catarina. “Há, portanto, efetivo risco de que o paciente, caso seja solto, volte a delinquir e não mais seja localizado neste Estado”, anotou Zoldan da Veiga, em voto seguido de forma unânime pela câmara.

 

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