Rombo milionário no Besc: Depoimento de suspeito dura mais de três horas

Maycon Vianna
Tubarão

Edílson Vieira de Souza, sua esposa e cunhada, e Márcio Martins, acusados de envolvimento no sumiço de dinheiro de contas do Besc, em Pedras Grandes, foram encaminhados ao Presídio Regional de Tubarão, por volta das 18 horas de terça-feira, e ontem à tarde, escoltados pela PM, voltaram à Central de Polícia Civil.
A mulher e a cunhada de Edílson foram para a ala feminina do presídio. Já os ex-gerentes da agência de Pedras Grandes, estão em dois alojamentos distintos do local. “Márcio está em um alojamento com 21 detentos e Edílson está em outro alojamento com 15 pessoas. Os dois aparentam estar abatidos e ainda estão com a roupa que foram presos no dia da Operação da Polícia Civil”, explica um agente prisional.

Segundo informações da polícia, Edílson, ex-gerente geral, só não foi para outra cela com mais presidiários por ter cursado o nível superior. Na tarde de ontem, apenas ele prestou depoimento. “Durou cerca de três horas. O delegado fez todas as perguntas e creio que o meu cliente tenha respondido os questionamentos. Agora, é questão de tempo para provar sua inocência. O teor da conversa não posso divulgar”, diz o advogado de defesa da família do ex-gerente, Leandro Alfredo da Rosa.
Hoje, o delegado responsável pelo caso, Marcos Ghizoni, deve interrogar o ex-gerente administrativo, Márcio Martins. Os veículos apreendidos (Toyota Hilux, Citröen C3, um Corsa e uma moto Honda Hornet – todos de propriedade de familiares de Edílson) e outros bens continuam sob investigação dos policiais civis de Tubarão.

Cronologia do caso Besc
• Dia 20 de março – correntistas descobrem que o dinheiro aplicado nas contas-poupanças havia ‘desaparecido’ da agência do Besc de Pedras Grandes.
• Dia 23 de março – o caso vira notícia estadual. Os clientes do banco procuram a imprensa e a polícia.
• Dia 25 de março – início do registro dos boletins de ocorrência por parte dos correntistas. O Banco do Brasil, que controla as ações do Besc, escala auditores para analisar o caso do sumiço de dinheiro.
• Dia 27 de março – Polícia Civil disponibiliza unidade móvel para agilizar o registro das ocorrências.

• De 1º a 10 de abril – Auditores do BB seguem o levantamento do prejuízo, policiais civis da regional de Tubarão investigam o caso, mais de 200 clientes registram boletim de ocorrência e o Banco do Brasil começa a ressarcir clientes que comprovadamente tiveram o dinheiro retirado das contas-poupanças.
• Dia 15 de abril – Polícia prende cinco pessoas, quatro delas suspeitas (dois ex-gerentes, a esposa e a cunhada de um deles) de envolvimento no caso de sumiço de dinheiro da agência do Besc de Pedras Grandes.

Advogado reforça que
Edílson é inocente

O advogado da família de Edílson Vieira de Souza, Leandro Alfredo da Rosa, aguarda ansioso o depoimento do segundo principal suspeito, Márcio Martins, para definir se entra com o pedido do habeas corpus. Os familiares também esperam uma definição rápida para o caso.
“Creio que, até o fim desta sexta-feira (hoje), definiremos se entramos ou não com o pedido de habeas corpus. Temos certeza que o nosso cliente é inocente e isso será comprovado”, relata o advogado.

O depoimento de Márcio Martins deve ocorrer na tarde de hoje. Enquanto isso, todos os envolvidos continuam presos. “Como a prisão é temporária (de cinco dias), talvez o juiz não autorize o pedido de habeas corpus. Penso que não haverá o pedido de prisão preventiva (de 30 dias). Como Edílson já fez a parte dele, como sempre esteve à disposição da polícia, agora cabe ao delegado decidir quando ele estará em liberdade”, diz o advogado.