Réus vão hoje a júri popular

O vendedor José Dionísio da Silva Marcolino, 50 anos, foi morto com cinco tiros pelas costas em 2008
O vendedor José Dionísio da Silva Marcolino, 50 anos, foi morto com cinco tiros pelas costas em 2008

 

Mirna Graciela
Tubarão
 
Os acusados de um crime que chocou a população de Tubarão em maio de 2008 vão hoje a júri popular. A sessão do julgamento ocorrerá a partir das 9 horas, no fórum.
 
Os réus – um homem de 33 anos e uma mulher de 54 – são apontados como responsáveis pelo assassinato do vendedor José Dionísio da Silva Marcolino, 50. Sete pessoas farão parte do tribunal e decidirão se os acusados são culpados. A sentença será proferida pelo juiz. 
 
A previsão é de que o julgamento estenda-se até à noite e, talvez, até a madrugada de amanhã, devido à complexidade dos fatos. Serão ouvidas as testemunhas de defesa dos réus e lidos aproximadamente 25 depoimentos de pessoas que tinham ligação com a vítima e os acusados. 
 
Uma terceira pessoa envolvida no homicídio, outro homem, foi julgado ano passado e condenado a 12 anos de prisão. Hoje, cumpre o restante da pena em liberdade, por ser réu primário. Uma parte dela pagou na prisão. 
Durante a fase investigatória, os dois homens e a mulher tiveram a prisão temporária decretada, no dia 13 de junho de 2006, conforme denúncia do Ministério Público (MP). Após vários pedidos de revogação e habeas corpus, os dois que serão julgados hoje foram soltos. Ela saiu do presídio em 2007 e ele em 2009. 
 
O crime teria sido por motivo passional. José Dionísio teria encerrado uma relação conturbada com a ré, acusada de ser a mandante do assassinato, de acordo com o MP. Ela teria ‘encomendado’ a morte por R$ 5 mil. Os dois homens na época confessaram a autoria e até participaram de uma reconstituição do crime. Já ela, nega até hoje. 
 
Relembre como ocorreu o assassinato do vendedor
O vendedor José Dionísio da Silva Marcolino, 50 anos, foi morto com cinco tiros quando chegava na pensão onde estava hospedado, no bairro Dehon, em Tubarão. Ele havia se separado da esposa há cerca de cinco meses. O crime ocorreu no dia 25 de maio de 2008, por volta das 19h30min.
Ele voltava do trabalho, estacionou o carro para abrir o portão e, ao atravessar a rua, foi atingido por cinco tiros. Os disparos foram efetuados por dois homens que o aguardavam em uma motocicleta. Segundo as investigações, o caroneiro do veículo foi quem atirou (o que cumpre pena em liberdade). O condutor, de 33 anos, será julgado hoje. 
José Dionísio foi morto à queima roupa, já que os tiros foram pelas costas, e o último, após ele se virar, no peito, o que lhe impossibilitou defesa. Ele chegou a ser levado ao Hospital Nossa Senhora da Conceição, mas não resistiu e faleceu no mesmo dia. 
 
Família da vítima organiza manifestação em frente ao fórum
Os dois filhos do vendedor José Dionísio da Silva Marcolino, 50 anos, clamam por justiça e, obviamente, pela condenação dos acusados. Uma mobilização é organizada por eles e pela família. A partir das 8h30min, um grupo de pessoas é aguardado em frente ao fórum, com camisetas padronizadas e faixas. Familiares e amigos esperam também contar com participação popular.  
O advogado Johnsenei Antonio Luiz Calazans foi contratado pelos filhos de José Dionísio para ser o assistente de acusação, para trabalhar junto com o promotor de justiça, em busca da condenação do homem e da mulher.  O vendedor era bem conhecido na cidade. Trabalhou muito tempo na Dpaschoal e no Koerich, em Tubarão.