Publicações deixam moradores em alerta!

Foto:Divulgação/Notisul
Foto:Divulgação/Notisul

Rafael Andrade
Tubarão

“Um estuprador foi solto nesta semana em Tubarão. Foi aquele que foi capa de revista (acho que foi da Isto É) e escreveu um livro: ‘O guia do estuprador’. Ele ia às escolas oferecendo cursos de violão e afins… Senhores pais e diretores fiquem atentos! Ele está agindo do mesmo modo de antes. Foi visto na Guarda, margem esquerda (um bairro de Tubarão)”. Este texto e uma imagem com a frase: Notícia Urgente! chama muita atenção na internet, principalmente no Facebook, que é a maior rede social do planeta e tem seu número de adeptos crescendo a cada dia. Um dos problemas apontados por especialistas da grande Rede é que a maioria dos internautas não costuma averiguar ou pesquisar boa parte das informações capitaneadas ao longo do dia.

Nesta “notícia”, do suposto estuprador solto na Cidade Azul, o Departamento de Administração Prisional do Estado (Deap) confirma que não há fugitivo do Presídio Regional de Tubarão. Nenhuma delegacia foi procurada ontem para registrar boletim de ocorrência de um eventual suspeito que utilizaria um violão para se aproximar de possíveis vítimas. Nenhuma escola pública pode contratar professor de música sem antes o mesmo passar por uma equipe técnica, na Fundação de Educação, por exemplo. A Polícia Militar também não foi acionada em seu número de emergência. A recomendação das autoridades, caso haja alguém agindo em atitude suspeita – ou tenha presenciado ou descoberto qualquer tipo de delito -, é acionar os números 190 (da PM) ou 181 (disque-denúncia anônima da Polícia Civil).

“Vamos sair matando tudo que é homem que estiver com um violão? Todo cuidado é pouco, inclusive na hora de postar um fato sem uma fonte concreta. Curioso como o cara foi até capa de revista, escreveu livro e não tem nada na internet sobre o mesmo. Daqui a pouco aparece a foto de um culpado qualquer”, escreveu uma internauta. E realmente pesquisas no Google confirmam que não houve tal capa de revista ou publicação deste livro citado e, mesmo que exista tal livro, nenhuma editora aprovaria tal título: um guia para se transformar em um estuprador? Estes são dados concretos e podem ser facilmente pesquisados na Rede.

“É importante que haja a confirmação se há ou não tal procurado somente com as autoridades, ou por meio de informações repassadas à imprensa, que mediam, algumas vezes, nosso conteúdo ao público. Caso contrário, incita-se a preocupação social demasiada e desnecessária”, lamenta um investigador da Polícia Civil.