Proposta do governo desagrada policiais civis

Os policiais ficaram a postos para orientar a população.
Os policiais ficaram a postos para orientar a população.

Tubarão

A proposta apresentada pelo governador Raimundo Colombo ontem no início da tarde, em uma coletiva na Casa D’Agronômica, em Florianópolis, deixou os policiais civis indignados. Em todo o estado, a categoria estava no primeiro dia de paralisação e aguardava uma boa notícia, o que não ocorreu.

Colombo anunciou um reajuste de 8%. Para um agente em início de carreira, com um salário de R$ 781,00, isto significa um aumento de R$ 63,00. O governador ofereceu a incorporação de abonos e gratificações, em quatro parcelas, a partir de agosto do próximo ano (em quatro anos). E a elevação do valor do vale-alimentação de R$ 6,00 para R$ 12,00. Mas passaria para R$ 10,00 em janeiro e para R$ 12,00 em junho de 2012.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) de SC, Pedro Cardoso, ficou muito chateado. “A proposta é frustrante. Não muda nada sobre as nossas reivindicações, que não estão sendo atendidas. O piso arrochado continua e as nossas expectativas foram por água abaixo”, queixou-se o presidente. Uma greve, pelo andar das negociações, não é descartada.

Além da melhoria salarial – adicional de 25% sobre os vencimentos dos servidores ao se aposentar e compactação dos níveis com incorporação dos abonos -, os policiais pedem mais condições de segurança e equipamentos, e o aumento do efetivo. A categoria está sem reajuste há 13 anos.

Policiais cumprem 72 horas de paralisação parcial

Os policiais civis de Santa Catarina permanecem paralisados parcialmente até amanhã. Os agentes da Central de Plantão Policial (CPP) de Tubarão trabalharam ontem somente em serviços de urgência, em crimes contra a vida, a exemplo de delegacias das demais cidades. Perdas de documentos e denúncias de ameaças podem ser registradas por meio do site www.pc.sc.gov.br. No Departamento Estadual de Trânsito (Detran), nenhum tipo de atendimento foi prestado e será normalizado somente na próxima segunda-feira. No entanto, todos os profissionais cumpriram expediente em serviços internos e ficaram em seus postos para prestar orientação à população e dar explicações sobre a paralisação.

Proposta será apresentada em assembleia amanhã

A proposta será levada para a assembleia geral em nível estadual, em Florianópolis, amanhã. “Mas já é passivo que será negada”, adianta o chefe de investigação da Polícia Civil de Braço do Norte, Alexandre Martimiano.
O policial confirma que desta vez mais de 70 policiais de Tubarão, Braço do Norte, Jaguaruna e da comarca de Amazém já confirmaram presença. A categoria discutirá as novas ações a serem tomadas. Algumas são cogitadas, como o boicote da corporação na próxima operação veraneio, quando os policiais civis do interior são deslocados para o litoral para atender o incremento de turistas.


“A greve é iminente em função da proposta insatisfatória feita pelo governo, está muito aquém do que a gente propôs”.

Bruno Ricardo Vaz Marinho. Delegado Coordenador da Central de Plantão Policial de Tubarão.