Presídio feminino: “Não há nada definido”

Rafael Andrade
Tubarão

A palavra final deverá ser de algum deputado estadual ou federal. Um embate político cerca as principais decisões que envolvem o Presídio Regional de Tubarão há pouco mais de cinco anos e não deve ser diferente agora. A questão da vez é a implantação de um Presídio Regional Feminino. O prédio da atual estrutura, no bairro Humaitá de Cima, em Tubarão, tem boas chances de ser adequado para receber as detentas da região – até ontem eram 40.

Esta sugestão foi feita pelo diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap) de Santa Catarina, Adércio Velter, há um mês e também pelo secretário de segurança pública do estado, André Luis Mendes da Silveira.

No entanto, os membros da diretoria do Conselho Comunitário do Humaitá de Cima, que representa quase oito mil moradores, não concordam com a manutenção de uma unidade carcerária no bairro. “Vamos lutar para que o espaço do atual presídio seja transformado em uma praça pública. O bairro não tem um local arborizado e adequado às crianças, por exemplo”, reitera o secretário do conselho comunitário, Clodoaldo Medeiros.

O impasse sobre o que será feito com o atual imóvel, cujo dono é o estado (a prefeitura de Tubarão é dona do terreno), deve ter um desfecho até o fim deste ano, quando é prevista a inauguração do novo prédio do Presídio Regional. “As obras estão bem adiantadas e vamos transferir somente os homens. As mulheres precisam ficar na região em outro local. Isto é um fato. O atual prédio é o melhor ponto, mas gerou-se uma discussão e não há nada definido. Pelo menos por enquanto”, garante Adércio.

332 reclusos ocupam as celas e as alas provisórias da atual unidade carcerária tubaronense, cuja capacidade é para 60 presos. Se os novos espaços estivessem prontos hoje, no bairro Bom Pastor, 292 homens seriam transferidos. O novo prédio terá capacidade para receber 368 homens.