População vai às ruas para protestar

As mobilizações contra a construção do complexo ocorrem desde que a notícia veio à tona.
As mobilizações contra a construção do complexo ocorrem desde que a notícia veio à tona.

Mirna Graciela
Imaruí

A possibilidade de instalação do Complexo Penitenciário em Imaruí tem causado polêmica, pois muitos moradores não aceitam a ideia. Uma manifestação popular está programada para hoje, a partir das 14 horas, na praça Getúlio Vargas, no Centro.
 

A vereadora Elina Vieira Roussenq é uma das pessoas à frente da organização. Ela alega que a cidade é tranquila, com baixo índice de violência e que o terreno planejado para a construção é a rota para a comunidade de São Luís, onde fica o Santuário da beata Albertina Berkenbrock, e próximo a uma escola estadual.
“Também estamos preocupados com o impacto ambiental, pois é perto de rios, onde temos nossa reserva de água, que já é um problema pela falta e qualidade, e ainda próximo de residências”, justifica a vereadora.
A manifestação contará com a presença de empresários, comerciantes, professores, alunos e comunidade em geral. “As pessoas começaram a entender que este é o caminho, estamos todos mobilizados”, acredita Elina.

Um requerimento foi apresentado na câmara de vereadores em setembro, por ela e pelo vereador Vanderlei Cunha, com o pedido de uma audiência pública sobre o assunto, mas foi reprovado. “O prefeito não conversou com a comunidade, as coisas estão sendo feitas sem diálogo”, reclama a vereadora.
A moradora Diana Vieira está revoltada. “Tudo é feito por baixo dos panos. Eu soube que o prefeito somente conversaria com a população depois da proposta aceita”, desabafou.

Por enquanto, prefeito não quer manifestar-se

A redação do Notisul tentou contato com o prefeito de Imaruí, Amarildo Matos de Souza, ontem. Porém, por enquanto ele não quer se pronunciar. A sua assessoria disse que o prefeito conversará com a população e com a imprensa apenas após o governo dar uma resposta ao pedido de instalação do Complexo Penitenciário.

Em setembro, ele confirmou ao Notisul que encaminhou uma proposta formal ao governo estadual com a intenção de receber a unidade carcerária. E disse que, caso desse certo, então começaria as tratativas com a comunidade e com o governo para analisar as benfeitorias. Uma das vantagens é o recebimento de R$ 4 milhões e chegada de algumas empresas para trabalhar em parceira. Outros benefícios foram listados no ofício. “Melhorias na geração de emprego e renda, por exemplo. É um conjunto que precisará ser avaliado”, destacou na época. E garantiu que, em hipótese alguma, comprometerá a segurança dos moradores.