Piloto de arrancadão tem piora no quadro clínico e volta a ser sedado na UTI

Plínio Júnior, piloto do caminhão de arrancadão que se envolveu em um capotamento durante a prova, em Balneário Arroio do Silva, há oito dias, precisou de sedação leve após ficar agitado ao retomar a consciência. Alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São José, em Criciúma, poderá demorar mais alguns dias.

Ele respondia bem ,ao tratamento, mas, após retomar a consciência, ficou agitado e necessitou de uma sedação leve com a finalidade de diminuir a ansiedade e facilitar a recuperação das lesões traumáticas, uma vez que agitação poderia atrasar uma evolução no seu quadro de saúde. O seu estado clínico continua estável. Ele não está intubado.

Ele havia sido socorrido para o Hospital Regional de Araranguá, onde recebeu os primeiros cuidados, mas foi transferido de unidade ainda no dia do acidente, no sábado (16).

Segundo a Polícia Militar, ele ficou ferido após o caminhão capotar no final da pista enquanto disputava uma prova. Com o impacto, ele foi projetado para fora do caminhão. A Prefeitura de Balneário Arroio do Silva, a Organização do Evento e a Federação de Automobilismo de Santa Catarina (Fauesc) informaram que estão acompanhando o caso.

Também foram registrados graves acidentes em eventos semelhantes. Há cinco anos, um piloto morreu durante a competição após também capotar o caminhão na linha de chegada, também no Arroio do Silva. No ano seguinte, um adolescente de 16 anos morreu após cair do veículo enquanto comemorava uma vitória. Ele era mecânico da equipe.

Ministério Púbico Federal deve abrir nova investigação. Um pedido de cancelamento dos arrancadões foi feito desde 2011, mas a justiça federal de Criciúma ainda não se manifestou. A alegação do MPF, entre diversos alertas, é que o evento agride a fauna e flora do local, pode decorrer de poluição no lençol freático, poluição sonora e falta de segurança do público, além dos riscos eminentes de acidentes.

“Os componentes ambientais podem sofrer os impactos diretamente através de uma ação, ou de forma indireta. Desta maneira, tanto a flora como a fauna no perímetro do evento podem sofrer interferências decorrentes não só dos resíduos de forma direta, como também dos efeitos destes em outros componentes como a água e o solo assim como também o pisoteamento da vegetação fixadora das dunas representada pela aglomeração e permanência de pessoas em cima das dunas, podendo resultar na destruição da mesma por danificá-las. Este impacto poderá gerar sobre o meio biótico da flora, diminuição da biodiversidade das espécies e alteração na dinâmica da regeneração. Em se tratando de fauna, os impactos poderão ser relacionados à redução de suas fontes de alimentos, gerando uma modificação na cadeia alimentar, destruindo abrigos e nichos ecológicos, deslocando a fauna terrestre e dispersando as espécies. Impacto negativo, direto, local, de curto prazo e temporário”, descreveu a procuradora da República Rafaella Alberici, durante Ação Civil Pública ingressada à Justiça Federal de Criciúma em março de 2011.