‘Pente-fino’: Após operação, 30 presos são transferidos

Os diretores Adércio José e Hudson mostram o material apreendido ontem no Presídio Regional.
Os diretores Adércio José e Hudson mostram o material apreendido ontem no Presídio Regional.

Rafael Andrade
Tubarão

O Presídio Regional de Tubarão recebeu 32 agentes prisionais de Criciúma e Florianópolis, ontem. Eles passaram boa parte do dia revistando as celas, o pátio e o restante do complexo carcerário tubaronense.
Armas brancas, drogas, cachimbos para uso de crack, 12 celulares, chips e carregadores, além de um relógio importado, material perfurante para possível abertura de túneis para fuga e R$ 5 mil em dinheiro e cheques foram apreendidos pela equipe do Departamento de Administração Prisional do Estado de Santa Catarina (Deap).

Segundo avaliação do Deap e da direção interina, o presídio tem capacidade para 100 detentos nas alas masculina e feminina – nos últimos anos, sempre se falou que este número era 60. No entanto, ontem havia 267 presos. “A situação com tantos detentos fica um pouco incômoda, então, realizamos a transferência de 30 deles para Criciúma”, informa o diretor interino, Fabrício Buss de Medeiros, que assumiu a instituição no dia 23 de setembro. “Havíamos solicitado esta ação e fomos atendidos pelo Deap. É importante mantermos o presídio limpo para prosseguirmos com o trabalho”, acrescenta Medeiros.

Os presos transferidos foram acomodados na Penitenciária Sul e no Presídio Santa Augusta, ambos em Criciúma.
O diretor da Penitenciária Sul, Adércio José Velter, e o diretor do Deap, Hudson Queiroz, destacam que a operação pente-fino na unidade penal de Tubarão foi uma reivindicação do Ministério Público e da secretaria estadual de segurança pública. Vinte agentes prisionais foram deslocados da Penitenciária Sul e 12 do Deap, em Florianópolis. “Atuamos com 20 agentes da Penitenciária Sul. Além de auxiliarmos os outros 12 da capital e a equipe local, também efetuamos o deslocamento dos transferidos até Criciúma”, relata Velter.

Lotação
Infelizmente, o sistema prisional brasileiro não é suficiente para demanda necessária. Algumas regiões do Brasil não têm penitenciárias ou presídios. As centrais de polícia civil em todo o país ficam lotadas por falta de vagas ou por, simplesmente, não existirem presídios. Por esse motivo, o governo catarinense, através do vice-governador, Leonel Pavan (PSDB), realiza uma avaliação do sistema prisional norteamericano. É importante o conhecimento que Pavan adquiriu nos Estados Unidos para, mais tarde, utilizar sistema pelo menos parecido, considerado por muitos juristas como o mais eficaz das Américas.

Detentos foram pegos de surpresa
Os 32 agentes do (Deap-SC) chegaram de surpresa no Presídio Regional de Tubarão ontem. Os detentos não tiveram tempo de esconder os utensílios irregulares como celulares e drogas. “Eles (os presos) tentaram descartar os celulares e algumas drogas nas privadas, porém, a ação dos agentes foi rápida e evitou as ações de ‘desespero’ dos detentos, pegos em flagrante”, relata o diretor do Deap, Hudson Queiroz.