Nômades: Menino de 11 anos é acusado de furto

Rafael Andrade
Tubarão

“É necessário tocar na mesma tecla até que alguém tome uma providência”. “Não dá mais para aguentar a rebeldia, a falta de educação e as ações criminosas destes ciganos”. Estas são algumas das dezenas de frases indignadas de comerciantes e moradores da avenida Padre Geraldo Spettmann e de outras 12 ruas transversais, no bairro Humaitá, nas proximidades da rodoviária.

O caso mais recente ocorreu na noite de quinta-feira e foi desvendado nesta sexta. Um casal de nômades, de 17 (ele) e 14 anos (ela), e um menino de 11 entraram na loja Zardo Brinquedos e Utilitários e furtaram um aparelho de som de carro. “Enquanto o casal me chamou em um dos corredores da loja para saber o preço de uma vassoura, a criança aproveitou e pegou o aparelho da prateleira”, relata a vendedora Rosangela Pereira da Rosa Berti.

Somente nesta sexta-feira, o proprietário do local sentiu falta do som, perguntou à funcionária e ela disse que não havia vendido. Eles foram observar o sistema de monitoramento e flagraram o menor furtando o aparelho. “Procuramos a polícia e mostramos as imagens. Foi constatado que se tratava de um nômade”, explica Rosangela.

Vários investigadores da Central de Operações Policiais (COP) e policiais do Pelotão de Policiamento Tático (PPT) da Polícia Militar foram até o acampamento e encontraram o objeto de furto.
Os dois adolescentes mais velhos – que compraram a vassoura e uma pá -, a criança e a sua mãe foram encaminhados à delegacia. Foram ouvidos e liberados.

Terrenos baldios invadidos

A avenida Padre Geraldo Spettmann é o principal ponto de entrada da cidade via BR-101, de quem vem do sul. Dezenas de turistas e moradores enviaram e-mails, telefonaram e até mesmo deslocaram-se pessoalmente à redação do Notisul nos últimos meses para falar sobre os nômades.

“Estes acampamentos enfeiam o município. Se fosse somente isso, não seria tão mau. O problema é que há furtos e vandalismo frequentes nesta região. Ninguém faz nada”, lamenta o mecânico Altair Gabriel Justino.

Alguns proprietários já cercaram os seus terrenos para não haver mais invasão de ‘ciganos’, no entanto, seis grandes terrenos seguem abertos, e com a ‘fundação’ pronta para receber as barracas montadas com lonas alaranjadas e amarelas.
Os nômades assistem TV em uma construção nas proximidades e pegam água de torneiras das casas e empresas. Na semana passada, uma faxineira da rodoviária foi agredida por um grupo de crianças do acampamento por proibir que pegassem um balde de água de um banheiro.