No DF: ‘Queria que ele voltasse vivo’, diz avô de criança morta

Levado em 2014 pela mãe sem avisar a outros familiares, a morte de Rhuan Maicon da Silva Castro, 9 anos, chocou os familiares dele, que o procuravam incansavelmente. Na madrugada deste domingo (1°/6), o corpo do pequeno foi encontrado esquartejado em Samambaia. À Polícia Civil, Rosana Auri da Silva Cândido, 27, confessou que tirou a vida do próprio filho com a ajuda da companheira, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, 28 anos.  

“Eu só queria que ele estivesse vivo”, desabafou o avô paterno do menino, Francisco das Chagas de Castro, 63. Em entrevista ao Correio, ele contou que Rhuan morava com ele no Acre, quando foi levado pela mãe. “Minha esposa e eu cuidávamos dele. Nós que o criamos durante 4 anos. Dávamos de tudo e ele era a alegria da casa. Entramos com uma ação judicial para conseguir a guarda dele. O processo ainda estava em andamento, mas era favorável a nós. Porém, um dia ela o levou e nunca mais voltou”, afirmou.  

Francisco diz que, após a fuga de Rosana, percorreu diversas cidades à procura do neto. “Sempre que recebíamos qualquer pista, corríamos atrás. Fomos a Goiânia (GO), Trindade (GO) e Anápolis (GO), mas não conseguimos encontrá-lo”, disse. O avô recebeu a notícia da morte do neto nesta manhã, por meio de uma mensagem no celular. “Ninguém teve coragem de me contar pessoalmente. Meu coração está em pedaços”, se emocionou.  

O avô detalhou que Rosana casou com o filho dele e tiveram Rhuan. “Eles eram muito jovens e não ficaram juntos por muito tempo. Meu filho foi embora, mas ela ficou morando com a gente. Depois, sumiu deixando tudo para trás. Saiu de casa só com a roupa do corpo. Os documentos, cartão de vacina e brinquedos do meu neto estão aqui”, lamentou. Francisco disse que não consegue imaginar o que poderia ter motivado o assassinato. “Ele poderia ter ficado com a gente. Rhuan me chamava de papai. Nós que o criávamos”, lembrou.  

Fransciso ainda contou que não tem dinheiro para o velório. “Vamos ver o que delegado vai me falar. Queria que ele voltasse para mim vivo”, ressaltou. 

 

Entenda o caso 

Agentes da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) investigam a morte de Rhuan. Rosana e Kacyla foram presas em flagrante, momentos após o crime. Aos agentes, elas confessaram ter matado o garoto. O menino dormia, quando foi atingido por uma facada no peito. Em seguida, a mãe dele ainda o atingiu com diversos golpes. As acusadas ainda tentaram queimar os restos mortais em uma churrasqueira, mas desistiram e distribuíram o corpo, esquartejado, em uma mala e duas mochilas escolares.  

Pessoas que estavam na rua viram Rosana passando de madrugada com a mala. Ela jogou o item em um bueiro da quadra 425 de Samambaia. As testemunhas foram ver o que tinha dentro do objeto e encontraram as partes do corpo. Os policiais foram acionados e encontraram as mulheres dentro de casa, com os restos mortais de Rhuan. Outra criança, filha de Kacyla, estava no local. Ela foi encaminhada à um abrigo.  

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