Mega-desmanche: Família não consegue suspender o leilão

Amanda Menger
Tubarão

A liminar pedindo a suspensão do leilão de oito imóveis do ex-empresário Flávio Bernardino não foi acatada pelo juiz substituto da Vara Cível e Criminal Federal de Tubarão, Alexsander Fernandes Mendes.

Os familiares do ex-empresário alegam que o valor avaliado, R$ 5,19 milhões, está abaixo do praticado no mercado. Eles afirmam ainda que a última avaliação foi realizada em 2007. No pedido de liminar, foram anexados laudos de reavaliação feitos por um corretor particular. O juiz justificou o indeferimento da ação porque laudos de avaliação particular não “deve prevalecer sobre a avaliação realizada pelo oficial de justiça, que tem fé pública”. O magistrado afirma ainda que o laudo oficial é de 18 de junho.

Os oito imóveis foram a leilão como um lote, por R$ 5,19 milhões, porém, ninguém se interessou. O leiloeiro Rogério Damiani passou à venda fracionada. Neste caso, o imóvel da rua Antonio Hülse foi arrematado por R$ 50 mil. O valor inicial era de R$ 40 mil. Os advogados do ex-empresário estudam se embargarão a venda.

Como os outros sete imóveis não foram vendidos, eles voltam para a segunda chamada, no dia 19, às 14 horas, na Justiça Federal, para quem oferecer mais. Entre os bens, estão os dois terrenos e o galpão onde funcionava a antiga loja de pneus L.A.Santos, na rua deputado Olices Pedra Caldas (marginal da BR-101). O imóvel está avaliado em R$ 3 milhões. O mesmo imóvel está citado para ir a leilão no dia 27, por cobranças de dívidas na justiça estadual. O leilão deste imóvel, avaliado em R$ 1,8 milhão, já tinha sido suspenso em abril.

O caso Bernardino
• O mega-desmanche foi descoberto em 22 de janeiro de 2002. Dezenas de veículos, a maioria importada, foram encontradas em alguns galpões, inclusive na loja L.A. Santos.
• Mais de 20 pessoas foram processadas junto com o ex-empresário Flávio Bernardino dos Santos pelos crimes de roubo, adulteração e ainda a legalização de veículos. Alguns dos envolvidos foram absolvidos e outros respondem em liberdade.
• O crime foi descoberto quando policiais civis de Capivari de Baixo encontraram duas máquinas furtadas com notas fiscais autenticadas em cartório.