Médico morre em assalto em casa no centro de São Paulo

O médico infectologista aposentado Murillo de Oliveira Villela, 93 anos, morreu após passar mal durante um assalto ocorrido em seu apartamento, por volta das 4h30 desta quinta-feira (20), na Consolação (centro da capital paulista). 

Villela trabalhou como infectologista no hospital Santa Catarina. Além disso, desenvolveu um trabalho com índios do Xingu, no Mato Grosso, há cerca de 15 anos. “Ele foi um profissional premiado, era uma pessoa muito versátil e querida por todos”, afirmou o advogado Marcelo Knopfelmacher, que representa a família de Villela. 

Apesar da idade avançada, acrescentou Knopfelmacher, o médico era uma pessoa lúcida e estava sendo acompanhado por uma cuidadora por conta da dificuldade que tinha para se locomover. Villela também foi presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial. Ele deixa dois filhos, que não tiveram as identidades informadas.

O crime

Segundo imagens de uma câmera de monitoramento, três criminosos chegam em frente ao condomínio com um carro modelo Hatch, de cor escura. Eles desembarcam e entram pelo portão da frente do prédio, usando uma chave. Em seguida, segundo registrado por uma câmera do interior do edifício, o trio sobe até o primeiro andar e entra no apartamento do idoso, também usando uma chave.

O advogado Marcelo Knopfelmacher afirmou que o apartamento do médico só poderia ser aberto com uma chave Keso, da qual há somente quatro cópias. “A polícia precisa descobrir quem entregou a chave para os criminosos”, afirmou o advogado. Após entrarem no apartamento, os bandidos amarraram o idoso e sua cuidadora, de 38 anos, para revirar o local. Eles mexeram em armários e encontraram um cofre. Não foi informado o que era guardado nele. Durante o assalto, Villela passou mal e acabou morrendo. A causa da morte ainda está sendo analisada.

Ainda segundo as câmeras de monitoramento, os bandidos saem do apartamento carregando o cofre do idoso e fogem. A ação durou cerca de 20 minutos. Horas após o latrocínio (roubo seguido de morte), uma cozinheira de 46 anos chegou ao apartamento e se deparou com a cuidadora amarrada em uma cadeira e o idoso, já sem vida, sobre sua cama. Ao lado de seu corpo foram encontrados lacres plásticos, em formato de algemas, usados para amarrar a vítima durante o roubo.

O 78º DP (Jardins) investiga quem teria entregado as chaves aos bandidos e o que era guardado no cofre da vítima.