Desde 28 de outubro do ano passado os profissionais que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santa Catarina aguardam a finalização do processo licitatório que contratará uma nova gestora para o sistema.
Depois de muitas impugnações e atrasos, a abertura e julgamento dos projetos ocorre nesta quarta-feira (5), às 9 horas, na sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Das quatro propostas apresentadas por empresas e organizações sociais, duas foram classificadas para esta próxima fase. Uma delas é bem conhecida dos catarinenses: a Fahece, fundação que administra o Cepon e o Hemosc no Estado. A outra proposta habilitada para a próxima fase foi feita pelo Instituto Maria Schmitt (IMAS).
Em Santa Catarina, o IMAS administra várias unidades médicas, entre elas o Hospital Regional de Araranguá, mesma cidade onde fica sua sede, e o Hospital Florianópolis, na capital, por exemplo.
As duas propostas desclassificadas pela comissão da licitação foram apresentadas pela Associação de Serviços Sociais Voluntários de Campo Belo do Sul e pelo Instituto Desenvolvimento Ensino e Assistência a Saúde (IDEAS).
Ambas não teriam apresentado documentos exigidos no edital. Se não ocorrer nenhuma contestação do resultado pelas participantes – e se as desclassificadas não apresentarem recursos administrativos -, a próxima etapa é a abertura dos envelopes com a proposta de valor de cada participante.
Número de atendimentos confirma como o Samu é importante para Santa Catarina
Nas primeiras 48 horas de 2022, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santa Catarina atendeu mais de duas mil ocorrências. O relatório foi divulgado na noite desta segunda-feira (3).
Foram 2.254 ocorrências que precisaram de regulação médica no Estado. Grande parte das ocorrências anotadas pelo Serviço foram relacionadas a doenças cardiovasculares.
Houve também 251 atendimentos neurológicos nestes dois primeiros dias e 209 respiratórios. O sábado (1) foi marcado também pelo primeiro dia do Samu sob a nova gestão compartilhada.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) assumiu as Centrais de Regulação e o aeromédico, enquanto a Organização Social (Fahece) está encarregada da parte operacional.
“O Samu de Santa Catarina é referência no Brasil e está com gestão nova, com o Estado mais próximo e dando a atenção que todos os nossos profissionais merecem”, elogia o secretário da saúde, André Motta Ribeiro.
Atualmente, o Samu SC é o único da região Sul do país a cobrir 100% da população, contando com 23 Unidades de Suporte Avançado (USAs), 94 Unidades de Suporte Básico (USBs) e Serviço Aeromédico em dois helicópteros e três aviões.
“Os nossos profissionais continuam fazendo a diferença. Tivemos um feriado grande, com festas em várias cidades catarinenses, e conseguimos suprir a demanda – com agilidade e qualidade”, valoriza Motta Ribeiro.
Profissionais ainda estão em estado de greve
Mesmo com o contrato emergencial, firmado entre o Governo do Estado e a Fundação de Apoio ao Hemosc e ao Cepon (Fahece), para evitar que Santa Catarina ficasse sem o Samu neste período de festas de fim de ano e início de janeiro, os profissionais ainda estão em estado de greve.
O contrato com a atual gestora, a OZZ Saúde, terminou na última sexta-feira, dia 31 de dezembro e o estado ficaria sem o serviço a partir do sábado, o primeiro dia de 2022.
A medida evitou uma paralisação, mas está longe de acabar com a animosidade entre o Governo do Estado e os profissionais que atuam no Samu.
A expectativa é que os trabalhadores recebam a segunda parcela do décimo terceiro salário este mês. Foi a promessa feita pela OZZ em dezembro quando, em nota, anunciou que se o contrato fosse encerrado, o pagamento seria feito este mês, junto com a rescisão dos trabalhadores.
Na região Sul de Santa Catarina, que engloba as microrregiões de Tubarão, Criciúma e Araranguá, são cerca de 120 profissionais do Samu.
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