Lesões indicam que menina de seis anos morta após festa foi estuprada

Exames preliminares do Instituto Médico Legal (IML) apontam que a estudante Kauani Cristhiny Soares Rodrigues, de seis anos, teria sido estuprada momentos antes de ser morta em Mongaguá, no litoral de São Paulo. Rodrigo de Paula Sales, de 28 anos, segue preso pelo envolvimento no crime, ocorrido há poucos metros da casa de onde ela sumiu. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta quarta-feira (24).

Kauani foi encontrada morta após passar cinco dias desaparecida, há poucas quadras da casa onde que morava. Parcialmente vestida, a menina estava em uma vala, às margens da avenida Sorocabana. O corpo foi localizado após o trabalho dos investigadores da Polícia Civil e da Guarda Civil Municipal (GCM) da cidade.

Segundo o delegado Francisco Wenceslau, titular do 2º Distrito Policial da cidade, o avançado estado de decomposição não permitiu determinar a causa da morte da menina. Exames específicos foram requisitados ao Instituto Médico Legal (IML) e os resultados deverão ser divulgados dentro de 30 dias.

Os exames preliminares apontam, também, que a menina foi abusada sexualmente, já que várias marcas encontradas sugerem o crime. “Há lesões nas proximidades da área genital [da menina]. Há indícios. Mas isso precisa de análise dos demais exames para que a gente conclua o inquérito”, explicou.

Desde que o corpo foi encontrado, Sales segue preso na Cadeia Pública de Peruíbe, preventivamente pelo crime de ocultação de cadáver, e temporariamente pelo crime de homicídio qualificado. Ele permanece à disposição da Justiça.

O corpo de Kauani foi liberado pelo IML de Praia Grande no fim da tarde de terça-feira (23). O atestado de óbito trouxe a causa da morte como inconclusiva. O velório e o enterro da menina acontecerão no Cemitério da Paz, em São Paulo, nesta quarta-feira (24).

Vídeos

Na terça, imagens de câmeras de monitoramento mostraram Sales carregando Kauani no colo antes de matá-la. A cena foi gravada às 3h30, quando ele segue com a menina deitada no colo, dormindo. Em outro vídeo, às 6h, a tia da menina, segundo a polícia, puxa o suspeito na calçada, após o desaparecimento.

As imagens sustentam o depoimento dele dado à polícia, onde confessou que, após um desentendimento durante uma festa no imóvel, ficou “revoltado” e “descontrolado” devido ao excesso de bebida. De lá, saiu levando a menina nos braços, sem que ninguém percebesse, e a esganou antes de jogá-la na vala.

O caso

Kauani desapareceu enquanto dormia na madrugada de quarta-feira (17). Por volta das 2h, a mãe notou que a filha não estava no quarto e que a porta da frente da casa estava aberta. A residência fica na Avenida Governador Mário Covas Júnior, no Parque Marinho, nas proximidades da plataforma de pesca do município.

Desde então, os familiares, que acreditavam que Kauani havia sido sequestrada, acionaram a Polícia Militar, e registraram boletim de ocorrência de desaparecimento no 2º DP da cidade. Conhecidos e voluntários fizeram buscas pela menina, e espalharam cartazes pela cidade.

Na segunda, cães farejadores das Guardas Civis Municipais de Itu e Itupeva, no interior paulista, auxiliaram nos trabalhos até o corpo da menina ser localizado, no fim da tarde. Parcialmente vestida, ela estava caída em uma vala, na avenida Sorocabana. O local fica cerca de 10 quadras de distância da casa onde ela vivia, com a mãe e o irmão.