Hotel Rech: Padrasto de Yasmin recebe alta

Priscila Ladislau
Braço do Norte

Um dos sobreviventes do incêndio no Hotel Rech, em Braço do Norte, Adelar Rothemann, 53 anos, recebeu alta nesta quinta-feira (4). Ele estava internado no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC, em Tubarão, e nesta semana foi transferido para o Hospital Maternidade, em União da Vitória, no Paraná, cidade onde ele reside com a família. Uma semana antes do incêndio, Adelar havia se submetido a um cateterismo.

Segundo informações da nora do sobrevivente, Fernanda Rothemann, que mora em Jaraguá do Sul, Norte Catarinense, o quadro ainda inspira cuidados e Adelar terá que fazer tratamento com um especialista. “Meu sogro não consegue engolir devido aos ferimentos na garganta, e está usando oxigênio direto”, relata Fernanda.

Adelar Rothemann era o padrasto de Yasmin Strege, a adolescente de 13 anos que morreu no incêndio. Ele, a esposa e Yasmin estavam viajando pela região Sul e resolveram dormir em Braço do Norte. Perto das 3 horas ouviram gritos, mas não conseguiram sair, já que o fogo já tinha se alastrado. Ainda segundo Fernanda, o casal e Yasmin voltaram para o quarto, molharam algumas toalhas, colocaram no rosto e começaram a rezar. Neste momento, Yasmin foi ao banheiro tomar água e desmaiou. O padrasto tentou ajudar a menina, mas devido à intensidade da fumaça também desmaiou. Fernanda diz que o sogro e a sogra só conseguiram sair após a chegada do Corpo de Bombeiros.

O Hotel Rech não possuía alvará sanitário – que é emitido pela prefeitura – e alvará de funcionamento, emitido pelo Corpo de Bombeiros. Segundo o comandante do 8º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel Marcos Aurélio Barcelos, o alvará de funcionamento estava ativo até o dia 31 de março de 2016.

“Se tinha alguma coisa errada naquele hotel, que a justiça seja feita… Que a perda da nossa Yasmin não seja em vão e que mais pessoas não se machuquem em ambientes como aquele”, alerta Fernanda.

O Corpo de Bombeiros agora avalia a atuação da equipe no dia dos fatos. “Trabalhamos apenas em três, e depois chegaram mais três profissionais de São Ludgero. Foram poucos para uma ocorrência com tal complexidade. Se houve erros da nossa parte, iremos verificar e não teremos problemas nenhum em abrir procedimentos administrativos. O que temos apurados, de fato, é que as mortes não foram culpa dos Bombeiros. Infelizmente, foram vidas ceifadas”, lamenta o tenente André Araújo, comandante da corporação em Braço do Norte.

A Polícia Civil do município abriu inquérito para investigar as causas do incêndio. O Corpo de Bombeiros também realiza perícia, e tem cerca de 30 dias para concluir o relatório.

Três morreram no incêndio

Além da adolescente Yasmin Strege, 13 anos, Cristina Schimitt, 59, e Alexandre Frontino, 32 – encontrado em um banheiro do terceiro andar, morrem no Hotel Rech. O fogo, iniciado por volta das 2h55min, aterrorizou hóspedes e funcionários, que ficaram trancados no estabelecimento até as chamas serem totalmente controladas. Muitos gritavam nas janelas e a situação foi de desespero.