Em Tubarão: Mãe e filho que morreram carbonizados podem ter sido vítimas de feminicídio

A mãe e o filho que morreram carbonizados em um incêndio em Tubarão, no dia 31 de dezembro, podem ter sido vítimas de feminicídio. Os corpos foram encontrados pelos bombeiros militares dentro da casa que pegou fogo por volta das 4h30 na rodovia João Alfredo Rosa, bairro Guarda Margem Esquerda.

Foram identificados como Marlene Vellasquef de 25 anos, e Thiago, com apenas três anos. No entanto, exames de DNA com parentes das vítimas estão sendo realizados pelo IML para confirmar as identidades. O suposto pai da criança estaria vindo do Paraguai para fazer o exame. Também serão colhidos materiais para análise da suposta tia e de um filho mais velho da mulher que morreu.

O delegado Cézar Augusto Cardoso Reynaud, da Central de Plantão de Polícia de Tubarão, já ouviu testemunhas e está perto de encontrar o suspeito. Segundo ele, a mulher trabalhava em uma boate na cidade e tinha convivência com o dono do estabelecimento.

Linha de investigação

No dia 30, segundo o delegado, houve uma discussão entre o dono da boate e o filho de 20 anos na presença de Marlene. Após a discussão, por volta das 21h, a mulher saiu da boate, chamou transporte por aplicativo e foi para a casa, que mais tarde pegou fogo. Marlene estaria com o seu filho de três anos.

Por volta das 4h já do dia 31, um vizinho teria ouvido uma discussão na casa e teria visto um carro branco saindo do local. Logo depois, iniciou o incêndio e os bombeiros foram chamados.

“A princípio, não houve curto-circuito e parece que não foi acidental. Tudo indica que o incêndio foi criminoso”, destaca o delegado, lembrando, porém, que está aguardando os resultados da perícia do IGP, do IML e informações do Corpo de Bombeiros para confirmar a suspeita.

Cézar Augusto Cardoso Reynaud está atrás do motorista do carro branco que foi visto saindo da casa na madrugada do dia 31. Ele já conseguiu imagens de câmeras de segurança e falou com testemunhas.

Outra informação que o delegado apurou é que o filho do dono da boate também se relaciona com uma mulher que trabalha na boate. Marlene teria convidado essa mulher para morar com ela e o filho não teria gostado porque queria que ela morasse com ele.

“Estamos investigando e perto de localizar o suspeito. Não podemos descartar feminicídio”, conclui o delegado, que, após encontrar o suspeito, irá repassar o caso à Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), de Tubarão.

Os corpos só serão liberados após a conclusão dos exames de DNA.