Crise: Guarda Municipal anuncia estado de greve

Rafael Andrade
Laguna

Reajuste salarial, revogação  de decreto e pagamento de horas extras, além de uma série de outras pautas solicitadas pela Guarda Municipal de Laguna (GML) consta em um ofício entregue ontem à tarde nas mãos do prefeito Mauro Vargas Candemil, que ainda não se manifestou sobre a crise instalada na corporação, que atua na cidade com 13 profissionais se dividindo em vários turnos e nos fins de semana. Diferente da Guarda de Tubarão, a da Terra de Anita ainda não usa armas e, segundo um servidor, os riscos são constantes. Mas o foco nesta semana é que os nove pedidos protocolados por meio do documento assinado pela presidência do sindicato da categoria sejam atendidos.

O estado de greve foi comunicado ao chefe do Executivo lagunense, que lamenta a situação gerada e a crise instalada na corporação de segurança subordina à municipalidade.

Com um salário base de R$ 1.196,93, o mesmo que há dez anos, quando foi instalada a Guarda, este é o principal anseio do grupo. “Também temos famílias e passamos por dificuldades financeiras. Nada foi feito neste ano. Precisamos é desenvolver, como ocorre em outras cidades, e isto não é alcançado aqui. Estou há seis anos na GML, e a Administração não quer dar o que é nosso por lei e, em contrapartida, cria cargos comissionados. Guarda tem filho, guarda precisa pagar conta, comer… Nossa situação é delicada, infelizmente algumas (quase a maioria) das pessoas são carentes de informação e vão contra a GML, mas não sabem que queremos servi-las. Atuamos em prol do povo e não da prefeitura”, detalha o guarda municipal Matheus Peixoto Philippi.

Quais são as reivindicações?
1ª Pagamento de jornada extraordinária realizada, assim considerada todo o horário além da jornada 24×72;
2ª Renovação dos coletes balísticos já vencidos;
3ª Entrega de novos uniformes, que ainda não ocorreu, apesar de já ter sido assinado contrato com o fornecedor vencedor da licitação e já terem sido adquiridos novos uniformes para monitores do estacionamento rotativo e Corpo de Bombeiros;
4ª Revogação de Decreto Municipal que tenta substituir o Estatuto da Guarda Municipal;
5ª Remessa à Câmara de Vereadores o Projeto de Lei que institui o Estatuto da Guarda Municipal de Laguna;
6ª Realização de audiência pública para discussão do armamento da guarda municipal;
7ª Utilização de 35% das receitas com multas de trânsito com a estrutura da GML e não mais com despesas diversas, nem mesmo com sinalização de trânsito;
8ª Revisão salarial de toda a categoria;
9ª Respeito ao cálculo do valor da hora de trabalho com divisor 200 e não 220, pois todos foram admitidos em concurso para 40 horas semanais.

Fonte: Sindguardas-SC – Reinaldo Cavarzan, presidente em exercício

O que diz o prefeito?
O Notisul entrou em contato com o prefeito Mauro Candemil poucos minutos após o recebimento do oficio de pautas reivindicativas protocolado em seu gabinete na tarde de ontem em nome do Sindiguardas. O gestor público disse que precisará consultar sua equipe financeira e da Procuradoria-Geral para, aí sim, poder se manifestar visando um entendimento com a categoria. “Depois daremos o encaminhamento necessário”, resume Mauro. O prefeito ainda relacionou a questão da reativação do sistema de estacionamento rotativo, que estava acordado que os motoristas infratores seriam notificados pelos guardas municipais. “Agora iremos acionar o apoio da Polícia Militar, que também é de competência deles, e tenho certeza que o tenente-coronel Jefer (Francisco Fernandes, comandante do 28º Batalhão, com sede em Laguna) será parceiro nosso. Notamos que agora há vagas disponíveis e quem usava os espaços eram lojistas e funcionários”, conclui.