Cerca de R$ 2 milhões ‘somem’ de poupanças

Maycon Vianna
Pedras Grandes

Os clientes do Besc de Pedras Grandes estão revoltados. Muitos deles protestam contra o sumiço de dinheiro depositado em poupanças da agência. Estima-se que o prejuízo para os clientes aproxime-se de R$ 2 milhões. Uma das vítimas do possível golpe foi o jovem Elisandro Pereira, 25 anos. Quando ele foi tirar o saldo da conta no caixa eletrônico, veio a surpresa: não tinha mais dinheiro.

“O valor depositado era de R$ 38 mil. Espero que o banco reembolse esta quantia, porque, pelos boatos que escutamos, passaram a mão na grana e fugiram”, reclama Elisandro.
O comerciante Manoel Niraldo Marcon, 49 anos, soube na tarde de segunda-feira que todo o dinheiro depositado tinha desaparecido. “Era a economia de uma vida inteira. Fui ver a poupança e, quando percebi, não tinha a aplicação de R$ 70 mil”, lamenta Manoel.

Na última sexta-feira, os correntistas começaram a desconfiar do problema. Um aposentado de Pedras Grandes que não quis se identificar tinha depositado aproximado de R$ 400 mil. O saldo atual é de R$ 70,00. “Isso é um absurdo. Ninguém toma uma providência. É um golpe que ocorre há pelo menos uns quatro meses. Em dezembro do ano passado, já tinha percebido algo errado, mas ontem, quando fui ver o saldo da conta, levei um susto. Estava quase zerado”, detalha.

Os clientes estão indignados. Inclusive ontem, invadiram a agência. Ninguém ficou ferido. A delegacia de Polícia Civil da cidade estava fechada ontem, pois os atendimentos no local não ocorrem todos os dias. O delegado de plantão atendeu em Treze de Maio e quem pretende registrar um boletim de ocorrência deve ir à delegacia hoje, a partir das 8 horas.

O atual gerente geral da agência de Pedras Grandes não quis conceder entrevista e garantiu aos clientes do Besc que a superintendência regional já começou a apurar os fatos e que o banco tomará as providências.

Filho do ex-gerente exime pai da culpa

Fernando Vieira de Souza, 19 anos, filho do ex-gerente geral do Besc de Pedras Grandes, Edilson Vieira de Souza, sofreu pressão dos clientes da agência da cidade ontem. O jovem, que administra uma videolocadora, defendeu o pai e afirmou que ele não tem nada a ver com o problema nas contas poupanças dos correntistas. “O meu pai foi gerente há meses e saiu do banco de maneira íntegra, com o PDI (Plano de Demissão Incentivada). Ele tinha muito contato com o gerente administrativo, que ninguém sabe onde está, mas não acuso ninguém, não tenho provas de nada”, diz Fernando.

Os dois ex-funcionários do Besc, que ocupavam os cargos de gerentes administrativo e geral, trabalharam juntos por cerca de 20 anos.
De acordo com o comunicado emitido ao Notisul na tarde de ontem pela assessoria de imprensa do Banco do Brasil, que controla as ações do Besc no estado, o BB, pautado na ética no relacionamento com os seus clientes, abriu processo de auditoria para analisar o caso e tomará as medidas necessárias para garantir que os direitos dos clientes sejam preservados.