Centro de Operações: São mais de mil ligações por dia ao 190

Zahyra Mattar
Tubarão

Se a rádio patrulha é a linha de frente da Polícia Militar e o Pelotão de Policiamento Tático (PPT) o time de combate, o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) é o coração, que faz ambos os setores funcionar. É através de linhas telefônicas, fones de ouvidos, computadores e um ser humano hábil e de raciocínio apurado que o cidadão é atendido e as ocorrências são geradas.

É o trabalho de policiais conhecidos apenas por suas vozes que direciona o atendimento dos rádio-patrulheiros e também do PPT. A quantidade de ligações diárias ao telefone de emergência da PM, o 190, é grande e crescente. Há cerca de um mês, os chamados pularam de aproximadamente 600 a 700 por dia para 1,2 mil a 1,3 mil. Nesta sexta-feira, por exemplo, durante a tarde, foram contabilizados quase que um chamado por minuto.

O número tanto preocupa quanto é um bom índice de credibilidade e aprovação do trabalho da PM. O trabalho do Copom é feito por equipes formadas por cinco policiais em turnos de 12 a 13 horas diárias. Haja estrutura psicológica, mental e auditiva para tantos chamados, reclamações, pedidos de socorro, comunicações de crimes. Paralelamente ao atendimento à população, a equipe do Copom é responsável por fornecer o suporte necessário ao PPT e às rádio patrulhas. Cabe a eles verificar placas de veículos, registros de possíveis furtos e de pessoas.

E tudo rapidinho. Uma ligação, em teoria, não deve ultrapassar 20 segundos. Mas muitos dos policiais confessam que, às vezes, isso é impossível. “Já fiquei mais de 40 minutos com uma pessoa. Uma senhora. Estava desesperada porque o ex-companheiro corria atrás dela com um machado. Estava nervosa e não conseguia me dizer onde morava. É uma tensão permanente”, admite o soldado Mário, no Copom há 14 anos. Ele é o que está há mais tempo na função.

Conforme as estatísticas do próprio Copom, a maioria das ligações não é relacionada a algum crime, e sim a algum problema que o cidadão passa naquele momento. Em menos de 7% dos casos, há necessidade de deslocamento da rádio patrulha. Na maioria, a situação é resolvida pelo telefone mesmo.