Caso Besc: Advogado de Edílson pede o habeas corpus

Maycon Vianna
Tubarão

O caso Besc ganha um novo capítulo. Na tarde de ontem, Leandro Alfredo da Rosa, advogado da família do ex-gerente geral da agência de Pedras Grandes, Edílson Vieira de Souza, entrou com o pedido do habeas corpus no fórum de Tubarão. E aproveitou para fazer uma cópia do inquérito, que possui mais de mil páginas. “A qualquer momento, o pedido pode ser protocolado. O documento foi encaminhado a Florianópolis na tarde de ontem. Fizemos o pedido à justiça de Tubarão e aguardamos. Ele está internado sob custódia da polícia ”, relata o advogado.

Edílson, que sofre com depressão, segundo agentes prisionais, teve uma crise e foi encaminhado ao Hospital Nossa Senhora da Conceição. “Ele já tinha este problema antes mesmo de ser preso, o que só veio a se agravar após estourar todo este problema. Como o delegado prorrogou o prazo da prisão temporária em mais cinco dias, ele teve problemas de saúde”, diz um agente prisional.
Edílson foi encaminhado ao hospital na tarde de domingo. No mesmo dia, o delegado Marcos Ghizoni, da Central de Polícia Civil de Tubarão, que investiga o caso, resolveu liberar o ex-gerente administrativo, Márcio Martins, e manteve presos Edílson, sua esposa e cunhada.

“Temos algumas coisas ainda que não coincidem. Por isso, eles ficam mais alguns dias em prisão temporária. É só questão de esclarecimento. É o entendimento da Polícia Civil”, revela Ghizoni.
Os quatro suspeitos (Edílson, sua esposa e cunhada, Márcio) foram detidos na última quarta-feira, quando os policiais civis deflagraram a “Operação Saldo Devedor”, que investiga o sumiço de dinheiro das contas-poupança do Besc de Pedras Grandes.

Cronologia do caso Besc
• Dia 20 de março – correntistas descobrem que o dinheiro aplicado nas contas-poupanças havia ‘desaparecido’ da agência do Besc de Pedras Grandes.
• Dia 23 de março – o caso vira notícia estadual. Os clientes do banco procuram a imprensa e a polícia.
• Dia 25 de março – início do registro dos boletins de ocorrência por parte dos correntistas. O Banco do Brasil, que controla as ações do Besc, escala auditores para analisar o caso do sumiço de dinheiro.

• Dia 27 de março – Polícia Civil disponibiliza unidade móvel para agilizar o registro das ocorrências.
• De 1º a 10 de abril – Auditores do BB seguem o levantamento do prejuízo, policiais civis da regional de Tubarão investigam o caso, mais de 200 clientes registram boletim de ocorrência e o Banco do Brasil começa a ressarcir clientes que comprovadamente tiveram o dinheiro retirado das contas-poupanças.
• Dia 15 de abril – Polícia prende cinco pessoas, quatro delas suspeitas (dois ex-gerentes, a esposa e a cunhada de um deles) de envolvimento no caso de sumiço de dinheiro da agência do Besc de Pedras Grandes.

• Dia 16 de abril – O ex-gerente do Besc, Edílson Vieira de Souza, presta depoimento ao delegado Marcos Ghizoni por mais de três horas, na Central de Polícia Civil de Tubarão.
• Dia 17 de abril – O ex-gerente administrativo do Besc, Márcio Martins, presta depoimento ao delegado Marcos Ghizoni por mais de duas horas, na Central de Polícia Civil de Tubarão.
• Dia 19 de abril – Márcio Martins cumpre a prisão temporária e é liberado do Presídio Regional de Tubarão. Edílson Vieira de Souza, sua esposa e cunhada continuam presos e a prisão temporária é prorrogada por mais cinco dias.