Casa da mãe Joana:Vereador denunciado em operação do MP é preso por coação de testemunhas

Capivari de Baixo

O vereador de Capivari de Baixo Edison Cardoso Duarte, o Edison da auto-elétrica, (MDB)  foi preso nesta sexta-feira pela manhã pela Policia Civil, em sua residência por coagir testemunhas arroladas na Operação Casa da Mãe Joana, que investiga casos de corrupção na cidade termelétrica no poder Legislativo entre 2013 a 2016. Em dezembro de 2016, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e o Ministério Público do município realizaram sete mandados de prisão temporária. Entre os envolvidos estavam sete legisladores. Um deles não foi preso porque colaborou com as investigações.

O mandado de prisão preventiva foi requerido pelo Ministério Público (MP), que fundamentou o pedido como forma de garantir a integridade física das testemunhas, bem como a garantia da instrução processual. Além deste parlamentar preso, outro vereador também teve o mandado de prisão expedido, Jean Corrêa Rodrigues, (PSDB), no entanto, ele não foi encontrado pela polícia e é considerado foragido.

Até o início da noite desta sexta, os nomes dos envolvidos não tinham sido divulgados. De acordo com o delegado da Polícia Civil de Capivari de Baixo, Vandilson Moreira da Silva, a medida foi tomada por se tratar de segredo de justiça.” A prisão dos dois vereadores é para preservar a integridade física e psicológica das testemunhas e também para a manutenção das garantias dos instrumentos processuais. Fomos as residências dos suspeitos, um deles estava em casa, realizamos os procedimentos e encaminhamos ao presídio masculino de Tubarão. Já o outro não estava no seu endereço, o quarto estava desalinhado e ainda não conseguimos capturá-lo. Os trabalhos continuam”, explica.

Conforme a promotora de Justiça de Capivari de Baixo, Fabiana Mara Silva Wagner, em seu pedido de prisão, ela  relata casos de coação e orientação de testemunhas, com uso de grave ameaça, praticados pelos dois parlamentares que, já estiveram presos preventivamente no curso da investigação do MP na época para evitar a interferência. Em um dos casos ela relata que, Jean abordou uma servidora da Câmara de Vereadores e ameaçou-a dizendo que tinha ficado preso e conhecia pessoas de dentro do presídio, além de mencionar o nome da filha da testemunha, a qual é policial.

Em outro, pressionada por Edison, uma testemunha mentiu em juízo para beneficiá-lo. Presente no local, o réu chegou a fazer um sinal de ‘joia’ com o dedo após o depoimento, sinalizando a testemunha, que ela falou exatamente como ele orientou. No dia seguinte esta testemunha foi até o MP, relatou a coação e admitiu que havia mentido.