Autor de estrangulamento que levou a companheira a morte é condenado por feminicídio em São Francisco do Sul

Os jurados acompanharam os argumentos do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e condenaram o acusado por homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo fútil e asfixia. Ele estrangulou a vítima na residência do casal depois que discutiram por ciúmes. O réu foi sentenciado a 18 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado.

Diante do Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça, Diogo Luiz Deschamps, responsável pela 2º Promotoria da Comarca de São Francisco do Sul, sustentou que o crime foi praticado contra mulher, “por razão da condição do sexo feminino, em contexto da relação doméstica e familiar.”

Familiares da vítima acompanharam o júri e consideraram a condenação um resultado justo. O filho da vítima lembrou que sua mãe era uma pessoa amável, ativa, presente e companheira de viagem. “Esse homem arrancou um pedaço da gente com o que ele fez”, recordou.

Sobre a condenação do réu, disse que “foi a concretização da justiça que a família estava aguardando para fechar esse ciclo. Todos ficamos muito abalados com o que ocorreu e que deixou uma cicatriz que vai ficar para o resto de nossas vidas. Não vai trazer a minha mãe de volta, mas vai deixar o sentimento de justiça e representação da verdade.”

O Tribunal do Júri reconheceu o feminicídio atendendo integralmente ao MPSC. Da sentença, cabe recurso, mas o acusado não poderá recorrer em liberdade.

 

Entenda o caso

Conforme denúncia da 2º Promotoria de Justiça da Comarca de São Francisco do Sul, réu e vítima mantiveram, por três anos, um relacionamento amoroso conturbado, marcado por ameaças e agressões verbais. Mas, mesmo com os desentendimentos, aos finais de semana, se deslocavam para a Praia do Ervino, em São Francisco do Sul, para passear e frequentar bailes.

Na madrugada do dia 6 de outubro de 2019, próximo de 3h, na residência do casal, na Praia do Ervino, ao retornarem de um baile discutiram. O denunciado ficou com ciúmes dela por achar que ela estava “dando bola para outro” no baile em que estavam. Com a briga, o acusado agarrou o pescoço de Ilda e a estrangulou até sua morte.

 

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Fonte: MPSC