Após morte no Sergipe, PRF anuncia mudança no procedimento de abordagem

#ParaTodosVerem Na foto, uma viatura da Polícia Federal parada no local onde uma abordagem feita por dois policiais rodoviários federais terminou na morte de um homem
A área onde a abordagem desastrosa foi feita e a viatura da PRF utilizada na abordagem foram periciadas neste sábado (28) por profissionais do Instituto Nacional de Criminalística da Diretoria Técnica Científica - Foto: PF | Divulgação

Dois dias após afirmar que agentes fizeram o uso de spray de pimenta e gás lacrimogêneo e que a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi uma fatalidade desvinculada da ação policial, a Polícia Rodoviária Federal disse nesse sábado (28), através de sua coordenação de comunicação, que não compactua com as medidas adotadas por seus policiais durante a abordagem feita em Umbuába, no Sergipe. Genivaldo era esquizofrênico e morreu, segundo laudo da POlícia Científica, de insuficiência aguda secundária a asfixia. “Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes em cursos e manuais da nossa instituição. A ocorrência dessa última quarta-feira (25) e a morte recente de dois PRFs no Ceará implicou na avaliação interna dos padrões de abordagens. Afirmo que já estamos estudando os nossos procedimentos de formação de aperfeiçoamento e operacionais para ajustar o que for necessário para prestar um serviço de excelência”, disse o coordenador- geral de comunicação institucional da PRF, Marco Territo.

A instituição abriu processo disciplinar contra os policiais envolvidos, no mesmo dia, e afastou os dois de todas as funções da PRF. A apuração interna é feita, conforme Territo, por uma equipe de intervenção de Brasília, de forma a tornar todo o procedimento transparente.“A conduta isolada não reflete o comportamento dos mais de 12 mil policiais rodoviários federais, homens e mulheres de honra, que anualmente abordam mais de 10 milhões de pessoas que circulam pelas rodovias federais”, afirma no vídeo – veja na íntegra acima. Imagens veiculadas na internet mostram a vítima, algemada e com os pés amarrados, presa dentro de uma viatura esfumaçada. O homem se debate com as pernas para fora enquanto um policial rodoviário mantém a tampa do porta-malas abaixada, o impedindo de sair. Genilvado teria sido parado pelos agentes por trafegar de moto sem capacete.

Ainda conforme Territo, a PRF vai aperfeiçoar também as técnicas de abordagens a pessoas com transtornos mentais. Conforme as apurações paralelas que são feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Sergipe, o sobrinho da vítima, Wallison de Jesus, argumenta que avisou aos policiais que o tio tinha transtornos mentais. Ainda de acordo com ele, os agentes encontraram uma cartela de um medicamento controlado no bolso do tio, que fazia tratamento para esquizofrenia há cerca de 20 anos. Também segundo a família, Genivaldo era aposentado em virtude dessa condição. Conforme a Polícias Federal, quatro peritos federais foram solicitados ao Instituto Nacional de Criminalística da Diretoria Técnica Científica (INC/DITEC/PF). Eles realizaram os exames periciais no local do ocorrido e na viatura utilizada no momento a abordagem neste sábado (28). Agentes também atuam na identificação de testemunhas e na coleta de material probatório. O inquérito deverá ser encaminhado para o Ministério Público Federal até o dia 26 de junho.

Fonte: Agência Brasil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal do Sergipe
Edição: Zahyra Mattar | Notisul

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