Acidente em mina: Local será periciado hoje

Zahyra Mattar
Lauro Müller*

Uma explosão, por volta das 4 horas de ontem, em Lauro Müller, tornou o dia na pequena comunidade do Distrito de Guatá, onde fica localizada a Mina Novo Horizonte, da Carbonífera Catarinense, tão negro quanto a fuligem do carvão. As poucas informações confiáveis sobre o que teria explodido dentro da mina, onde 27 pessoas trabalhavam naquele momento, ainda são confusas (leia mais na matéria abaixo). Com certeza, sabe-se apenas que o problema ocorreu na oficina da mina.

O resultado da tragédia foi 25 trabalhadores assustados e dois mortos. Poucos minutos após a explosão, uma equipe de resgate e salvamento, formada pelo Corpo de Bombeiros de Criciúma, Orleans, Urussanga, Içara e Tubarão, além da brigada da Carbonífera Catarinense (operários especializados em acidentes de trabalho nas minas de carvão), começou o resgate dos mineiros que estavam nas galerias, a cerca de 200 metros de profundidade.

Paralelamente, as equipes tentavam localizar o operador Genivaldo da Silva, o ‘Dinho’, 28 anos, e o mecânico Lorenir Hoffman, conhecido como Bota Branca, de 34 anos. Eles estavam na oficina onde houve a explosão. Os dois foram encontrados mortos às 13h15min. O resgate dos trabalhadores foi lento devido à falta de visibilidade (a explosão causou um deslocamento de ar).

A dificuldade em respirar também atrapalhou a operação. Cerca de 35 pessoas, entre bombeiros militares e brigadistas, foram divididos em quatro equipes que se revezaram durante todo o tempo.
Do lado de fora, cada grupo que retornava era recebido com um misto de alegria (afinal, todos saíram bem) e tristeza, porque duas pessoas não sairiam andando do meio da escuridão. Equipes do Samu de Tubarão e de Criciúma também revezavam-se para prestar auxílio.

Os sobreviventes foram levados para hospitais de Criciúma, Içara e Orleans. A maioria precisou de atendimento por conta de falta de ar e hipotermia. Joacir Luciano Bett, foi o que ficou mais ferido. Ele teve traumatismo facial e está na UTI do Hospital São José, em Criciúma (leia mais no quadro ao lado).

* Com informações de Milena Nandi e Vanessa Feltrin, do jornal A Tribuna, de Criciúma.