Japão: suspeito de incêndio era recluso e briguento, diz vizinho

O homem suspeito de matar 34 pessoas em um ataque incendiário no Japão morava sozinho, a centenas de quilômetros do estúdio Kyoto Animation, jogava videogame sem parar e “assustou” seus vizinhos somente alguns dias antes. No fim deste sábado (20), a polícia emitiu um mandado de prisão contra Shinji Aoba, 41 anos.

Ele causou o maior assassinato em massa do Japão em duas décadas na quinta-feira (19), quando ele foi ao estúdio, no oeste do Japão, despejou combustível em volta da entrada e gritou “Morra” enquanto colocava fogo no prédio, segundo a emissora pública de televisão japonesa NHK.

O plano é prender Aoba, que sofreu queimaduras sérias e no sábado foi levado ao hospital universitário para tratamento, assim que ele se recuperar, disse a NHK. A polícia afirmou que Aoba já havia sido condenado por roubar em uma loja.

Aoba vivia sozinho no térreo de um apartamento com dois andares nos arredores de Omiya, subúrbio de Tóquio e aproximadamente 500 quilômetros ao leste de Kyoto. Seu vizinho de porta lembra Aoba como alguém rechonchudo e despenteado, com pele danificada. Ele operava em horas estranhas e mal conversava com os outros.

“Eu nunca o vi sair durante o dia, nem mesmo para a loja de conveniência. Eu o ouvia com frequência saindo por volta da meia-noite”, disse o vizinho, um homem de 27 anos que se recusou a ser identificado, à Reuters. Barulho de videogame era ouvido do apartamento de Aoba a toda hora, disse, acrescentando que houve reclamações dos moradores sobre o assunto no ano passado.

Em 14 de julho, dias antes do ataque, Aoba agarrou e ameaçou o vizinho por causa de um aparente mal-entendido. Tudo começou quando Aoba começou a bater na parede para reclamar de barulho, disse o vizinho. Quando o vizinho foi até a porta da frente de Aoba para dizer que o barulho vinha de outra unidade, ele ouviu um gemido alto no interior do apartamento e então a porta se abriu.

“Quando ele saiu de seu apartamento, seus olhos estavam vermelhos e ele começou a gritar comigo na minha cara para calar a boca”, disse o vizinho.

“Ele me agarrou pelo colarinho e começou a puxar meu cabelo. Foi aterrorizante.”.

Foto: EPA-IJI Press via EFE/Divulgação