Rafael Andrade
Tubarão
Os ponteiros do relógio analógico disposto cuidadosamente na parede da simples cozinha da aconchegante casa de alvenaria batida da diarista Isabel de Fátima Lima, no bairro Guarda – margem direita -, em Tubarão, nas proximidades do Hotel Sandrini (referência), marcavam 0h30 desta segunda-feira (8). Era início de uma madrugada que jamais será esquecida pela dona do imóvel, de 46 anos, pelo marido, 45, e pelos quatro filhos, uma criança de 4 anos e dois adolescentes, de 12 e 15, além de um adulto, 28, que é especial. Seis pessoas que ficaram à mercê. A residência deles foi destruída pelo fogo. Não sobrou nada, somente a dignidade de continuar lutando pela sobrevivência.
Saíram às pressas, descalços, uma família aos prantos, assustados e sem rumo, ao relento, ofuscados por cinzas brilhantes que voavam da brisa serena daquela madrugada. Não deu tempo de salvar nada, mas o bem maior, suas vidas, conseguiriam preservar. E como o povo de Tubarão já mostrou união, recentemente, ao ajudar uma família do bairro São João, esta também tem a chance de ser amparada, e necessitam de muitas mãos, em alguns momentos, o abraço e uma palavra de conforto já serve. O Notisul apoia como um mediador da história, detalha os fatos e conta com a solidariedade de seus leitores, que são milhares espalhados pela região e por Santa Catarina.
O primeiro anjo que surgiu na vida desta família da Guarda foi a senhora Janaína Marcos Soares, patroa da dona Isabel, que é diarista em sua casa, no bairro Oficinas. “Eles bateram na minha residência pouco tempo depois do incêndio. Estavam desesperados, queriam um norte, um apoio, um local para passar a noite, já que não têm parentes na cidade. Corremos nos bombeiros, na polícia, a Defesa Civil já fez avaliação dos estragos e isolou a área. Ainda nesta segunda iniciei uma campanha nas redes sociais. Contamos com ajuda para doação de roupas, comida, calçados e, quem sabe, material de construção para que possamos dar o pontapé inicial deste recomeço. São pessoas super-humildes”, detalha.
Para quem pode e queira participar de mais esta corrente social, basta contatar o telefone (WhatsApp) (48) 98809-0010, falar com a Janaína. Os seis moradores estão, neste momento, na casa de uma prima de Isabel, em Florianópolis, mas que também não tem condições de ficar com a família. O marido da proprietária da casa destruída pelas chamas está desempregado, e a única renda é do trabalho de diarista da mulher.