Vinhos da terra

Não sei você, querido leitor desta humilde, porém aguçada e curiosa coluna, mas já parou neste inverno e tomou uma taça de vinho. No meu caso uma ou duas garrafas, às vezes três… Quando em grupo, como ontem, ao lado do meu simpático sogro, perto dos seus 80 anos, o senhor Valério De Pieri, seus dois filhos e um sobrinho, um belo de um garrafão de cinco litros de um tinto que acertou em cheio nosso paladar.

Sabe qual é a parte boa de degustar um belo de um vinho? Não é colocá-lo em uma linda taça, dar aquele cheirinho básico para preparar o gole, gargarejar, depois engolir, repetindo uma segunda vez, se necessário. Melhor se estiver em um sofisticado restaurante, com um terno alinhado e ao lado da amada, toda maquiada e com aquele vestido vermelho de seda que faz palpitar teu coração a 150 por minuto. Para mim, uma boa pedida é conhecer o processo, a origem, de onde vem as uvas, quem planta, quem cuida do parreiral, quais pessoas trabalham no processo como um todo. Para fabricar um vinho de qualidade não é necessário ter uma fábrica grande, pois existem técnicas artesanais que possibilitam a produção caseira desta bebida, utilizando materiais simples. 

E ontem conheci um pouco desta arte secular, que transforma belas uvas em magníficos vinhos: rosé, branco, tinto… São tantos os tipos, para diferentes gostos. No domingo meio nublado, meio ensolarado, depois chuvoso, onde se misturou o calor e, por último – e ainda bem – o frio, observar como uma família tradicional de imigrantes italianos da comunidade do Morro das Pedras, em Treze de Maio, produz o vinho, depois, lógico, degustar alguns, ainda no local, e comprar um garrafão, foi pensar o quão valiosas são nossas culturas, sob nosso alcance. Como em Treze de Maio, dezenas de outras famílias atuam neste nicho em Pedras Grandes e Urussanga. 

Só tenho a agradecer pelas explicações do empresário Geovanni Della Bruna, que não aplica um pingo de conservante em seus vinhos, o que atrai apreciadores de várias cidades. 

Ah, lógico, bebi ao lado da esposa, que meu deu a vista necessária para alcançar a plenitude da felicidade, mesmo sem estarmos em um restaurante fino e ela sem o vestido vermelho de seda. Bastou seu sorriso e olhos azuis para deixar minha semana ainda mais especial naquele momento. 

Ainda em tempo… também gosto muito de cerveja, chopp e um forte whisky. *ps não sou alcoólatra* (rsrs).