Projeto busca regulamentar nudismo na Praia da Galheta, em Florianópolis

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul Digital
Um projeto de lei em análise na Câmara de Vereadores de Florianópolis busca regulamentar a prática do nudismo na Praia da Galheta. Apresentado em 11 de dezembro, o PL 19.423/2024 visa restabelecer a autorização para o naturismo, revogada em 2016, além de implementar medidas de segurança no local. A Praia da Galheta é reconhecida internacionalmente como um espaço naturista, mas enfrenta polêmicas e desafios relacionados à convivência entre visitantes e moradores.

Naturismo exclusivo na faixa de areia

O projeto, de autoria dos vereadores Carla Ayres (PT) e Dinho (União Brasil), estabelece regras específicas para o naturismo:

  • Área delimitada: A prática será permitida apenas na extensão da areia, excluindo trilhas, pedras e arbustos.
  • Sinalização adequada: Espaços destinados ao naturismo serão identificados com placas nos acessos públicos.
  • Gestão compartilhada: Será necessário um plano de manejo em parceria com entidades ligadas à Federação Brasileira de Naturismo.

Além disso, a proposta ressalta que a segurança no local não será atribuída exclusivamente aos guarda-vidas, mas ao poder público, para prevenir abusos e conflitos.

Polêmica e histórico da Praia da Galheta

Localizada na região leste da Ilha de Santa Catarina, a Galheta é um ponto turístico que atrai naturistas há mais de 40 anos. Mesmo sem uma permissão legal vigente, a prática de nudismo segue acontecendo.

O espaço, no entanto, enfrenta desafios como:

  • Incêndios e casos de violência: Ocorrências recentes aumentaram a preocupação com a segurança.
  • Desinformação sobre o naturismo: Segundo uma audiência pública realizada em abril, problemas no local não decorrem da prática naturista, mas de deturpações como atos sexuais ou assédios.

Retomada do naturismo enfrenta resistência

A legislação vigente, aprovada em 2016, transformou a Galheta em um Monumento Natural Municipal, revogando a permissão para o naturismo. A nova proposta busca corrigir isso, mas enfrenta resistência de grupos contrários, incluindo alguns moradores e visitantes.

Os debates devem se intensificar a partir de fevereiro de 2025, quando o projeto volta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para tramitação.