Professora é presa por tortura

Nas imagens, é possível ver claramente a educadora dar tapas, socos e sacudir um bebê de apenas 1 ano e 5 meses. A criança chora compulsivamente e tem a chupeta arrancada da boca para “parar de fazer manha”. Foto: Reprodução/Notisul
Nas imagens, é possível ver claramente a educadora dar tapas, socos e sacudir um bebê de apenas 1 ano e 5 meses. A criança chora compulsivamente e tem a chupeta arrancada da boca para “parar de fazer manha”. Foto: Reprodução/Notisul

Mirna Graciela
Tubarão

As imagens da educadora Hellen de Souza Cunha, de 29 anos, em uma sala de aula do Centro de Educação Infantil Recife, em Tubarão, causam repugnação. O ambiente que deveria ser de amor, educação e proteção, é tomado por xingamentos, irritação e maus tratos com os pequeninos.
No vídeo, um bebê de 1 ano e 5 meses é agredido com tapas, soco na cabeça e sacudidas fortes. Desesperada, a criança chora. Não sabe falar, não pode se defender das agressões. Os amiguinhos olham tudo, assustados, com os olhinhos arregalados.

Com o mandado de prisão preventiva expedido, a mulher foi presa ontem, na instituição de ensino, pela equipe de investigação da Delegacia da Criança, do Adolescente e de Proteção à Mulher e ao Idoso de Tubarão.
Há um mês pais de alunos desconfiaram das agressões. As denúncias foram feitas há cerca de dez dias, quando imediatamente as investigações iniciaram. As acusações também chegaram ao Conselho Tutelar.
Aproximadamente cinco pais procuraram a polícia e o conselho, pois seus filhos choravam desesperadamente ao chegar na escola e não queriam ficar na sala com a professora. Conforme os pais, as crianças chegavam em casa com marcas vermelhas pelo corpo e nas orelhas.

A partir do momento que a polícia obteve as imagens que provaram o crime, foi solicitada a prisão da acusada. O parecer do Ministério Público também foi favorável. A educadora está no Presídio Feminino de Tubarão, no bairro São João-ME, desde a tarde de ontem, onde aguardará a decisão da justiça.
Ela foi presa pelo crime de tortura, em decorrência a maus tratos, e pode pegar até oito anos de reclusão. A professora atua há 11 anos na área, é formada em história e atualmente cursava a 7ª fase do curso de pedagogia.

“Foi um caso isolado, a instituição é muito bem vista”

Um ofício foi encaminhado à secretaria de educação da prefeitura de Tubarão, ontem, para pedir o afastamento da educadora do cargo de professora de uma creche. Ela foi contratada em regime ACT. A mulher, de 29 anos, foi presa sob a acusação de maltratar um bebê de 1 ano e 5 meses. Ela responderá pelo crime de tortura.

“Foi um caso extremamente isolado, já que a creche, conforme investigamos, é muito bem vista pela comunidade. Nunca ocorreu um crime desta natureza no local”, afirma o delegado Rubem Antônio Teston da Silva, coordenador da investigação.

Segundo ele, este é o primeiro caso de tortura que a Delegacia da Criança, do Adolescente e de Proteção à Mulher e ao Idoso consegue obter provas em Tubarão. “Já tivemos outras denúncias de maus tratos, mas com a obtenção de indícios conclusivos este é o primeiro”, confirma o delegado. Rubem ressalta ainda que a direção da instituição e os outros professores ficaram chocados quando souberam da denúncia. Toda a equipe docente foi ouvida.

Em depoimento, a educadora acusada alegou que estava estressada em função do baixo salário e da carga excessiva de trabalho. Durante a manhã, ela atuava na rede municipal de Tubarão. À tarde, dava aulas em uma escola de Capivari de Baixo, onde dividia uma sala com outra professora.
“Isto não justifica as agressões às crianças. Este é um delito que pode ser equiparado a um crime hediondo, com emprego de violência, ameaça e maus tratos”, conceitua o delegado. Ele espera concluir o inquérito em dez dias.

Para o delegado Rubem Antônio Teston da Silva, o trabalho da equipe de investigação da delegacia foi essencial para apurar os fatos e prender a acusada.

Veja o vídeo: