O julgamento que definiria se o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), continuaria preso preventivamente foi suspenso mais uma vez nesta quinta-feira (12), após o desembargador Zoldan da Veiga solicitar um novo pedido de vista no processo. Salvaro, detido desde 3 de setembro, é suspeito de crimes relacionados à concessão do serviço funerário da cidade.
Operação Caronte investiga crimes no serviço funerário
A prisão de Salvaro ocorreu durante a segunda fase da Operação Caronte, que investiga fraudes e irregularidades no processo de concessão de serviços funerários em Criciúma. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) identificou um esquema que incluía:
- Redução no número de funerárias habilitadas a operar na cidade
- Acordo entre empresas para diminuir a concorrência
- Aumento abusivo de preços de serviços funerários
- Qualidade inferior nos produtos ofertados
Além do prefeito, outras nove pessoas foram presas em municípios como Jaraguá do Sul, São José e Florianópolis.
Prefeito nega envolvimento em crimes
Em um vídeo divulgado por sua equipe, Clésio Salvaro negou qualquer envolvimento nos crimes investigados e afirmou que seu objetivo sempre foi regularizar o setor funerário de Criciúma. Ele declarou ter plena confiança na sua inocência e afirmou que não há provas que possam incriminá-lo.
“O processo vai ficar livre. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada, nada, nada que possa me incriminar”, disse o prefeito.
Defesa aponta motivação política
A defesa de Salvaro alegou surpresa com a prisão do prefeito, mencionando que não há fatos novos que justifiquem a medida extrema da prisão preventiva. O partido do prefeito, PSD, também emitiu nota, afirmando que acompanha o caso com atenção e sugerindo possível interferência política, já que o caso ocorre a poucos dias das eleições municipais.