Preço da carne sobe e impacta orçamento familiar: alta acumulada atinge 8,95% em dois meses

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O aumento no preço das carnes nos supermercados e açougues vem assustando consumidores e donas de casa em todo o país. Em outubro, o preço das carnes subiu 5,8%, sendo o maior impacto da inflação alimentar do mês, que foi de 1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acém, a costela, o contrafilé e a alcatra foram os cortes que mais sofreram reajustes.

Contudo, a sensação do consumidor ao passar pelo caixa, é sempre de que o aumento praticado supera, em muito, os índices oficiais da inflação.

Por que o preço da carne disparou em outubro?

  • Em outubro, a carne registrou uma alta de 5,8% em comparação a setembro.
  • Os cortes com maiores aumentos foram o acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).
  • A alimentação no domicílio subiu 1,22% no período, pressionada pela alta da carne.

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Impacto no IPCA e na inflação de alimentos

A inflação de alimentos foi fortemente impactada pelos preços das carnes, que representaram o segundo maior fator de pressão no IPCA de outubro, atrás apenas da energia elétrica. Esse avanço refletiu em uma inflação de 1,22% nos alimentos para consumo em casa, após um crescimento de 0,56% em setembro. A escalada nos preços deve permanecer nos próximos meses, dizem especialistas.

Clima e exportação afetam oferta de carne no mercado interno

Segundo André Almeida, do IBGE, as principais causas para essa alta expressiva foram as mudanças climáticas, a menor quantidade de animais para abate e o aumento das exportações. O clima seco afeta o pasto e reduz a oferta de carne, enquanto o aumento das exportações, principalmente para a China, limita a oferta no mercado interno.

Demanda interna aquecida e alta do dólar elevam custos

O dólar forte e a alta demanda doméstica também contribuem para o cenário. Com exportadores focando no mercado externo, devido ao maior valor obtido, os preços no Brasil seguem pressionados. Outros países produtores, como EUA e Argentina, ainda se recuperam de problemas nos rebanhos, fortalecendo o papel do Brasil como fornecedor e mantendo os preços altos internamente.