Pleonasmo

Olá, leitor Notisul! Tudo bem?

Etimologicamente, a palavra pleonasmo tem origem grega: inicialmente polys (muito), após formou-se pleon, que por sua vez originou pleonasein, significando ‘ser mais que o suficiente’. Desta, nasceu a palavra pleonasmos, que em português é escrita sem o ‘s’ final e ganhou o significado de ‘redundância’. 

Na Língua Portuguesa, o pleonasmo é uma Figura de Linguagem que se caracteriza, fundamentalmente, pelo emprego de palavras que produzem redundância. Ele pode ser de dois tipos: vicioso ou literário.

1) Pleonasmo vicioso: ocorre quando palavras redundantes, isto é, com o mesmo significado, são utilizadas sem nenhuma função em determinada oração, já que o sentido completo da mensagem já foi expresso por outra(s) palavra(s) escrita(s) anteriormente. Como o próprio nome indica, o pleonasmo vicioso é um vício de linguagem. 

Exemplos: 

a) Todos desceram para baixo do morro. 

O ato de descer só pode ser realizado para baixo, então no exemplo bastava dizer que ‘Todos desceram do morro’. De forma equivalente, só se sobe para cima, só se entra para dentro e só se sai para fora, o que torna desnecessária qualquer palavra que pretenda explicitar o sentido em que essas ações são realizadas. 

b) Vi com meus próprios olhos a flor desabrochar.  

Bastava: ‘Vi a flor desabrochar’. Quem vê algo só pode ver através dos seus próprios olhos.

c) É um seriado baseado em fatos reais. 

Se são fatos, obviamente aconteceram. Logo, é desnecessário dizer que são ‘reais’. 

Outros exemplos de pleonasmo: 

– repetir de novo;

– protagonista principal;

– outra alternativa;

– encarar de frente;

– adiar para depois;

– consenso geral;

– conclusão final;

– surpresa inesperada;

– ver com os olhos;

– elo de ligação;

– há muito tempo atrás;

– planejar antecipadamente.

2) Pleonasmo literário:  chamado de literário porque é comumente empregado por compositores, poetas e escritores como recurso estilístico. 

Exemplos:

a) “E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinicius de Morais)

b) “Chovia uma triste chuva de resignação.” (Manuel Bandeira)

c) “Ó, mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa) 

d) Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã.” (Chico Buarque) 

Até a próxima semana e fique com Deus! 

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