Há gente, agente ou a gente?

Olá, Leitor Notisul! Tudo bem?

Algumas palavras ou termos da Língua Portuguesa guardam em si significados diversos, porém, foneticamente (som), não expressam distinção. Com isso, deve-se analisar o contexto da frase para reconhecer o sentido/significado de uma determinada palavra ou termo. Entre as dúvidas mais comuns, uma que ainda causa confusão no momento de transcrever as ideias para o papel é o uso dos termos há gente, agente ou a gente. Afinal, qual é o correto?

As expressões há gente, agente ou a gente são foneticamente idênticas, isto é, possuem o mesmo som. No entanto, são semanticamente distintas, com significados diferentes, gerando confusão no uso, principalmente na escrita.

As três expressões são homófonas (palavras ou expressões diferentes cuja pronúncia é igual), mas semanticamente elas não possuem similaridades. Elas existem e são empregadas em situações diferentes.

Por isso, na coluna desta semana apresento o significado de cada uma, com exemplos para facilitar a compreensão.
Boa leitura!

a) Há gente: Há gente = tem gente, ou seja, “existem pessoas”. Portanto, a expressão deve ser empregada somente nesse contexto.
Exemplos:
• Há gente que só pensa em si.
• Há gente demais na reunião.
• Não há gente que não saiba como trabalhar honestamente.
• Ainda há gente no setor de obras que desconhece as normas de segurança.

b) Agente: De acordo com o dicionário Michaelis, agente é aquele “Que age, que exerce alguma ação; que produz algum efeito. O que agencia ou trata de negócios alheios. 2 Pessoa encarregada da direção duma agência.” Assim, a palavra agente pode ser usada apenas como substantivo comum e não deve ser confundida com a locução pronominal a gente.
Exemplos:
• Aquele agente da polícia alcançou o ladrão e conseguiu prendê-lo.
• A agente secreta esteve em missão nos Estados Unidos da América no ano passado.
• O agente da passiva equivale ao sujeito da voz ativa.
• Os agentes penitenciários receberão treinamento para evitar rebeliões de presidiários.

c) A gente: é uma locução pronominal semanticamente equivalente ao pronome pessoal do caso reto ‘nós’. É formada pelo artigo definido feminino a e pelo substantivo gente, que se refere a um conjunto de pessoas, à população, humanidade, povo. Deve ser conjugada na terceira pessoa do singular e evitada na modalidade escrita, especialmente nos textos não literários, por estar associada ao senso comum. Em regra, essa expressão é mais utilizada na fala (oralidade), já que, na modalidade escrita (como textos literários e jornalísticos), o emprego do pronome ‘nós’ mostra-se adequado.

Exemplos:
• A gente vai ao restaurante que tem comida caseira.
• Ontem, a gente conversou com ela, mas a situação ainda está difícil.
• Toda a gente conhece as normas da Língua Portuguesa, mas ainda tem dúvida.
• O trabalho é igual, a gente é que complica muito.

Até a próxima semana e fique com Deus!
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