O deputado estadual Milton Hobus, desabafou em um áudio a preocupação em relação ao fechamento das indústrias em Santa Catarina durante o período de quarentena. De acordo com o parlamentar, que está licenciado da Assembleia Legislativa até 6 de abril, o áudio foi enviado a um empresário do Oeste em tom de informalidade e acabou viralizando.
No áudio o deputado diz que vai solicitar à Fiesc um levantamento da quantidade de catarinenses que trabalham na indústria que serão obrigados a ficar em casa.
“Em Santa Catarina temos cerca de 730 mil pessoas que trabalham na indústria com carteira assinada e precisamos saber se 50% dessas pessoas ficarão paradas em abril. Se isso acontecer será uma tragédia para nosso Estado”.
“A maior parte das indústrias está deixando parte dos funcionários em casa. Com isso não tem produção suficiente para atender demandas econômicas. Se não tiver produto não tem como vender e se não tem venda não existe renda. Os empresários estão cancelando pedidos porque sabem que não vão receber”, disse o deputado.
O deputado sempre deixou claro que é preciso proteger os grupos de risco, porém, defende a ideia de que a parcela da população que não é vulnerável deve trabalhar e proteger também a economia.
Milton diz que independente da decisão que o Governo tome daqui para frente na tentativa de salvar a economia do Estado, os catarinenses devem se preparar para um cenário bem pessimista com demissões em massa ou quem tiver sorte, atraso no salário.
“Calcula-se que tenhamos nos próximos 3 meses 20 milhões de demissões no Brasil. Se o presidente do Banco Central anunciou que vai ter dinheiro para as empresas e não der a garantia para os bancos, não há como os empresários pequenos pegarem dinheiro. Eu ainda não vi nenhuma movimentação concreta por parte do governo do Estado que possa mostrar um Norte para os empresários catarinenses”.
Para Milton, é preciso flexibilizar todos os serviços oferecidos à população porque a retomada será bem difícil.
“As indústrias não podem parar de vender. Governador escute todas as entidades, nossos empresários são responsáveis e temos uma população consciente de que há um grupo de risco a proteger, mas que também está sedenta para se sustentar e pagar suas contas”
Desordem social
A preocupação de Milton é que as pessoas mais afetadas são as que atuam na informalidade onde a renda é diária ou semanal e hoje não tem mais por conta da quarentena.
“Nas próximas semanas vamos ver todos os grandes centros no Brasil e Santa Catarina, saques e deturpação da ordem social. Essas pessoa não já não têm como comprar alimento para a família e vão começar a roubar.
Fiesc
A assessoria de imprensa da Fiesc disse que ainda não recebeu do deputado o documento oficial solicitando o levantamento da quantidade de catarinenses que trabalham na indústria e que serão obrigados a ficar em casa no mês de abril por conta do coronavírus.
Mas repassou que o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, concorda com a fala de Milton Hobus que é hora de começar a flexibilizar as medidas de isolamento social para evitar que o combate ao vírus tenha efeitos econômicos mais dramáticos do que a própria pandemia.
“É importante acharmos um equilíbrio para preservar a saúde dos catarinenses, mas que também minimize os impactos econômicos. Neste momento é fundamental a união dos esforços entre os poderes para que o estado se recupere”.
