Bolsonaro demite presidente da Petrobras e ações das estatal despencam

#PraCegoVer Na foto, há um homem e uma bandeira do Brasil
General Joaquim Silva e Luna ficou menos de um ano no cargo - Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil | Divulgação

A demissão do presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, no começo da tarde desta segunda-feira (28), teve efeito imediato na Bolsa de Valores. As ações da estatal despencassem e operaram em baixa até o fechamento do pregão. As ações ordinárias da empresa (PETR3, com direito a voto) cederam 2,63%, negociadas a R$ 34,08, e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto) 2,17%, cotadas a R$ 31,60. A decisão de Bolsonaro não foi comunicada ao general, que após a confirmação da notícia viajou para Brasília. Para seu lugar, o presidente da República indicará o economista Adriano Pires, que atualmente ocupava a função de diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE) coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis e o mercado de derivados de petróleo e gás natural. O processo de “fritura” do general Silva e Luna já vinha acontecendo há algumas semanas, quando, após outro aumento do combustível e do gás de cozinha, Bolsonaro tentou se descolar da crise dizendo que “a Petrobras não colabora com nada”.

Atrás do ex-presidente Lula em todas as pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro vê nos seguidos aumentos da Petrobras um obstáculo para a sua tentativa de reeleição. Uma das críticas de Bolsonaro à gestão de Silva e Luna, que ficou menos de um ano no cargo, é a política de preços da estatal, que repassa o valor do petróleo do mercado externo para o interno. Essa política foi estabelecida ainda no governo de Michel Temer. Alguns membros do governo ainda tentaram demover o presidente da ideia da demissão, dizendo que o presidente da estatal não poderia mexer nesse sistema de preços. O último reajuste feito pela Petrobras nos combustíveis, há duas semanas, elevou o preço da gasolina em 18,7%, e do diesel em 24,9%. Os valores se referem ao que foi alterado nas refinarias. No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, o IPCA dos combustíveis, principal indicador de inflação do Brasil, teve uma alta de 33%. A gasolina subiu 32%, o etanol, 36%, e o diesel, 40%. Valores muito acima do índice geral, que está em 10,54%.

Fontes: Exame, IstoÉ Dinheiro e Correio Braziliense
Organização e edição: Zahyra Mattar | Notisul

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