Um policial militar foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) após disparar contra o estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, em São Paulo, na última quarta-feira (20). A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência, que aconteceu durante uma abordagem policial no bairro Vila Mariana, na zona sul da capital paulista, por volta das 2h50.
Morte de estudante durante abordagem policial
Marco Aurélio, estudante de Medicina, foi atingido por um disparo de arma de fogo do policial Guilherme Augusto Macedo. O incidente ocorreu em uma escadaria de um hotel na Rua Cubatão, em São Paulo. O policial responsável pelo disparo, assim como o segundo PM que participou da abordagem, prestaram depoimento e foram afastados das atividades operacionais enquanto as investigações seguem.
- Data do incidente: Quarta-feira, 20 de novembro de 2024
- Local: Rua Cubatão, Vila Mariana, São Paulo
- Vítima: Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22 anos
- Autor do disparo: Policial Militar Guilherme Augusto Macedo
Investigação e apuração do caso
De acordo com a SSP, toda a conduta dos policiais envolvidos está sendo investigada. As imagens registradas pelas câmeras corporais, que captaram os momentos do incidente, serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A investigação busca esclarecer as circunstâncias do disparo e a atuação da PM durante a abordagem.
Reações e dados sobre letalidade policial
Em nota, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lamentou a morte do estudante e destacou que a conduta adotada pelo policial não condiz com a atuação da Polícia Militar. “Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”, afirmou o governador.
Entretanto, a morte de Marco Aurélio se insere em um contexto de crescente letalidade policial no estado. Dados do Ministério Público de São Paulo (MPSP) mostram que o número de pessoas mortas por policiais militares aumentou 84,3% em 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior, com 577 vítimas fatais registradas até novembro.
Aumento da letalidade policial em SP
- Aumento da letalidade: 84,3% de aumento em 2024
- Vítimas fatais: 577 pessoas mortas até 17 de novembro de 2024
- Comparação: Número subiu de 313 em 2023 para 577 em 2024
O ouvidor da Polícia de São Paulo, Claudio Silva, critica a tendência de validação de uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos controles internos da corporação e a falta de efetividade das políticas de câmeras corporais, fatores que, segundo ele, agravam a segurança pública no estado.