Plano nacional pode eliminar o câncer de colo de útero em 20 anos

Foto: Agência Brasil - Divulgação: Notisul Digital
O câncer de colo de útero pode se tornar uma doença residual no Brasil em 20 anos se o país seguir o novo plano de combate à doença, focado em avanços no rastreio, tratamento e vacinação contra o HPV. Atualmente, é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres brasileiras, com 17 mil novos casos e aproximadamente 7 mil mortes por ano. Quase 100% dos casos são causados pela infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por 70% deles.

Avanços no diagnóstico do câncer de colo de útero

O novo Plano Nacional para a Eliminação do Câncer de Colo de Útero inclui a implementação de um teste molecular no Sistema Único de Saúde (SUS) para diagnóstico do HPV, substituindo o exame tradicional de Papanicolau. O novo teste detecta a persistência do vírus, fator chave para o desenvolvimento da doença.

  • Mais eficaz: Testes preliminares mostraram que o novo método pode reduzir em até 51% a mortalidade pela doença, superando o Papanicolau.
  • Acessibilidade: A novidade inclui a autocoleta, permitindo que as mulheres realizem a coleta do material para análise sem a necessidade de consulta médica, facilitando o acesso, especialmente em regiões com pouca infraestrutura.

Expectativa de melhorias na vacinação contra o HPV

A eliminação do câncer de colo de útero também depende do aumento da vacinação contra o HPV. A meta é alcançar 90% do público-alvo, composto por meninas e meninos de 9 a 14 anos. Com isso, o Brasil pode reduzir o número de novas infecções pelo HPV, principal fator de risco para o câncer.

  • Cobertura vacinal: A vacinação contra o HPV está disponível pelo SUS, com foco nos adolescentes que ainda não tiveram contato com o vírus.
  • Aumento da imunização: O SUS também criou uma estratégia de resgatar jovens de até 19 anos que não se vacinaram na faixa etária adequada.

Demora no tratamento impacta a mortalidade

Embora a legislação determine que o tratamento deve começar em até 60 dias após o diagnóstico, muitas pacientes enfrentam longas esperas, o que impacta negativamente as taxas de mortalidade.

  • Atrasos no tratamento: Cerca de metade das pacientes começam o tratamento após os 60 dias previstos, com o Norte apresentando os piores índices.
  • Impacto nas regiões: A maior demora ocorre no Norte, onde 65% dos casos têm início no tratamento após dois meses.

Metas da OMS: A meta da Organização Mundial da Saúde é rastrear pelo menos 70% das mulheres com testes de alta performance e tratar rapidamente 90% dos casos positivos.

Fonte: Agência Brasil