PIB deve desacelerar em 2025 com alta de juros e incertezas globais, dizem economistas

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,4% em 2024, superando as expectativas e marcando o maior avanço desde 2021. No entanto, economistas alertam que o cenário pode mudar em 2025, com a alta da taxa básica de juros (Selic) e as incertezas na economia global. O agronegócio e o setor de serviços devem manter um bom desempenho no início do ano, mas a desaceleração deve ficar mais evidente a partir do segundo semestre.

Alta da Selic e incertezas globais pressionam economia
A expectativa é que a Selic chegue a 15% ao ano em 2025, o maior patamar em 19 anos. Esse aumento deve limitar o consumo e os investimentos, impactando setores como indústria e serviços. Além disso, as incertezas globais, especialmente em relação às políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, também contribuem para um cenário mais desafiador. O Banco Central adotou uma postura mais rígida, interrompendo o ciclo de cortes de juros e iniciando aumentos em 2024.

Menor estímulo fiscal e impacto no consumo
O governo federal deve reduzir os estímulos fiscais em 2025, com um pacote de cortes de gastos previsto para o ano. Isso, somado aos juros mais altos, deve frear o crescimento do PIB. Economistas destacam que o consumo, que foi um dos principais motores da economia nos últimos anos, tende a perder força. A desaceleração deve ser mais perceptível no segundo semestre, quando os efeitos da política monetária contracionista começarem a ser sentidos.

Agronegócio e serviços seguem fortes no início do ano
Apesar das previsões de desaceleração, o agronegócio e o setor de serviços devem manter um bom desempenho no primeiro trimestre de 2025. As previsões de safra são positivas, e o mercado de trabalho continua resiliente, sustentando a atividade econômica. No entanto, a contribuição desses setores para o PIB deve ser menor do que em anos anteriores, especialmente no caso da indústria, que sofre mais com os juros elevados.