Sistema de Saúde se prepara para o colapso

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na sexta-feira, 20, que até o final de abril o sistema de saúde brasileiro pode entrar em colapso pela epidemia do novo coronavírus. “Claramente, em final de abril nosso sistema de saúde entra em colapso. Colapso é quando você tem dinheiro, mas não tem onde entrar (nos hospitais)”, afirmou o ministro. O Brasil parece ter demorado para perceber o potencial viral da Covid-19. Assistimos a chegada da doença e sua instalação sem alarde. Agora, nosso maior problema parece saber o quão danosa ela será. Até mesmo aqui em Santa Catarina, que foi primeiro estado a adotar ações mais restritivas, isso só veio após a ocorrência de casos de transmissão comunitária. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tentava negar os efeitos reais da doença, ela escalou. Praticamente toda a comitiva que o acompanhou aos EUA foi infectada. Após o 100º caso, começamos a perceber a progressão de forma mais real. Começaram a vir as mortes, já são sete e quase 700 casos confirmados. Em Santa Catarina, mesmo sem testes em 100% dos casos, Já passam de 30 infectados. Em um dia cinco deles foram confirmados em Criciúma. O estado tem cerca de 800 leitos entre rede privada e pública preparados para a pandemia. A quarentena domiciliar decretada pelo governador Moisés já não é mais capaz de evitar a proliferação, mas pode diminuir o pico de doentes e evitar uma sobrecarga rápida do sistema de saúde. 

À distância

O procurador-geral de Justiça de Santa Catarina, Fernando Comin, tem mantido conversas institucionais no gabinete de crise via  teleconferências. Na foto, em reunião com a equipe do governo catarinense, o procurador discutiu medidas que vêm sendo adotadas pela Instituição  para conter o contágio da Covid-19. O MPSC , que entre outras atribuições acomanha o cumprimento das medidas baixadas na crise, disponibilizou R$ 8 milhões para o fundo de combate a pandemia em SC.

“Tem estado que só faltou declarar independência. Não pode cada governador tomar a decisão que quer”, Jair Bolsonaro, sobre decisões unilaterais dos estados.

Calamidade Alesc realizou a primeira sessão virtual da sua história, na sexta-feira, 20. A sessão aprovou estado de calamidade pública, o que permite o governo agir de forma mais rápida no combate ao coronavírus. Pelo WhatsApp, o presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), anunciou a criação do sistema virtual de votações. Para enviar considerações e posições, cada deputado deve gravar um vídeo ou áudio. Enquanto durar o isolamento social, as sessões virtuais continuam.

Hang e o corona O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que viu o Ministério Público tendo que pedir para a PM fechar as lojas da rede que permaneciam abertas “para pagamentos” após o decreto do governador Moisés tem dito que a “crise vai matar mais que o coronavírus”. Segundo Hang, o fechamento do comércio vai gerar uma reação em cadeia “Muitos amigos meus já estão anunciando que irão demitir e outros que fecharão as portas”, disse.

Gás sim, obras não A SCGÁS vai paralisar as obras de implantação de rede em SC atendendo aos decretos do Governo. As atividades que, por razões técnicas, precisam ser concluídas, como fechamento de buracos em rodovias, serão desmobilizadas aos poucos.. Por outro lado, a distribuição de gás natural, um serviço essencial, não sofrerá interrupção em todo estado.

Sistema prisional Vs Covid-19 As administrações dos presídios brasileiros devem identificar presos e internos menores com sintomas de gripe e promover o isolamento. Casos suspeitos devem, prioritariamente, ficar em celas individuais. Com a falta de celas, porém, a alternativa é o isolamento coletivo (por “corte”) dos casos suspeitos. Em ultimo caso, a determinação do juiz Moro prevê até uma linha no chão para isolar presos.

Poderes O Estado catarinense já conta com mais de R$60 milhões no combate ao coronavírus. Segundo Moisés, a proposta visa preparar o Estado para cenário mais crítico que deve se confirmar .O governo já recebeu sinalização de R$ 8 milhões do MP, R$ 20 milhões da Alesc, R$ 20 milhões do TCE e R$ 10 milhões do TJ.