Empregos em xeque

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae/SC com 2.120 empresários de todas as regiões do estado aponta para um possível crescimento da taxa de desemprego em Santa Catarina. Por meio de entrevistas, das quais gerou um índice, a instituição aponta que até 148 mil pessoas perderam seus empregos após o dia 18 de março, quando foi decretado o isolamento social em todo o território catarinense.O decreto do governador Carlos Moisés (PSL), que ainda está em vigor, determinou o fechamento de todos os estabelecimentos que não fossem considerados essenciais.

Segundo o Sebrae, 19,5% das micro e pequenas empresas ouvidas já efetivaram em média duas demissões no período. Em relação ao faturamento, 91% dos empresários registraram uma redução de 90%, o que resulta em uma perda bruta de R$4,4 bilhões. A pesquisa aponta que todas as regiões foram fortemente impactadas.

A pesquisa é mais um instrumento de pressão sobre a gestão, e dá munição para os que defendem um afrouxamento do isolamento social. Na quarta-feira, 1º, o governador liberou as atividades da construção civil, após forte pressão do setor. O tema, inclusive, tem gerado tensões entre Assembleia e governo. Nos últimos dias, as principais questões discutidas na casa legislativa giraram em torno da atual crise, inclusive com a disponibilização da totalidade de recursos do Badesc para fomentar o empresariado. No mesmo sentido, o Congresso tem aprovado uma série de medidas para minimizar a crise no setor produtivo. Por outro lado, as demissões podem gerar um impacto social ainda maior do que muitas famílias já enfrentam.

 

Tamanho da economia

Santa Catarina tem 785.147 pequenos negócios, desses 380.472 são micro e pequenas empresas e os demais microempreendedores individuais, os quais são responsáveis por 91% dos empreendimentos e por 57% dos empregos formais do Estado. A pesquisa do Sebrae apresenta um índice de confiança de 95%, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A coleta dos dados ocorreu nos dias 30 e 31 de março.

“O empresário, que está com o faturamento comprometido, vai sempre priorizar a folha de pagamento e fazer todo o esforço para só realizar demissões em último caso”, Mario Cezar de Aguiar presidente da Fiesc.

 

Solidariedade

Essa é da série de boas ideias e gestos de solidariedade que a pandemia do coronavírus está provocando nas pessoas. Estudantes de Moda da Unisul estão confeccionando máscaras de proteção para doar aos profissionais de Saúde que atuam no tratamento dos infectados pela Covid-19. Ao todo, devem ser produzidas cerca de mil máscaras descartáveis e elas são essenciais para aqueles que estão na linha de frente nos hospitais. Nota dez para a coordenação, professores e toda a turma!

 

Financiamento

O banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) vai injetar R$ 1,3 bilhão na economia da região Sul para enfrentar a crise do coronavírus. O banco pretende fornecer crédito emergencial para socorrer empresas, oferecendo redução de juros e crédito por meio de parcerias. O programa vai atender clientes do BRDE, empresas dos setores mais atingidos, como turismo, e empresas de economia criativa, além de micro, pequenas e médias empresas com sede no Sul, operadores de microcrédito e entidades com convênio junto ao BRDE.

 

O “sim” virtual

Os cartórios de Santa Catarina estão usando a tecnologia para consumar acordos que podem durar por toda a vida! São medidas emergenciais e consequências da necessidade de migração dos serviços presenciais. No momento, as videoconferências estão viabilizando a celebração de casamentos, uniões estáveis e até a compra e venda de imóveis. Qualquer pessoa pode solicitar estes serviços, bastando entrar em contato, a distância, com o cartório mais próximo do seu domicílio.

 

Mais apelo

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) voltou a cobrar mecanismos governamentais para que as empresas tenham condições de manter empregos. A entidade defende e tem manifestado, reiteradamente, desde o início da crise, a necessidade de postergação e parcelamento do ICMS das empresas que tiveram suas atividades total ou parcialmente interrompidas.