A política de joelhos

A política, seja a partidária, de governos e institucional, foi atravessada pelo coronavírus. Prefeituras, câmaras e comitês partidários estacionaram, e quem ainda não parou, mais cedo ou mais tarde vai parar, é a tendência. Na Alesc a suspensão foi se dando de forma gradativa, primeiro foi a restrição de acesso, agora todas as sessões e reuniões. Isso implica também no atraso de discussões e votações importantes. É o caso da Reforma da Previdência, que teria apresentação de relatório na CCJ ontem. Evidente que o documento não foi apresentado e a votação, que estava marcada para o dia 25 de março, está comprometida. Outras pautas importantes, como a negociação do reajuste dos militares, cujo projeto deveria aportar no parlamento por essas semanas, ficou em segundo plano. Políticos que circulavam pelo estado para costurar alianças para eleição deste ano suspenderam viagens, foi o caso do senador Amin (PP), que já fez teste e aguarda resultado. Na Assembleia, gabinetes que funcionavam em regime de plantão, para não terem os trabalhos interrompidos por completo, começam a fechar as portas. Segundo apurou a coluna, quatro deputados liberaram funcionários e fecharam as portas. E a tendência, segundo informações extraoficiais, é de que a Casa permaneça com as sessões suspensas por mais tempo que o previsto. Ciro Gomes, que estaria em Santa Catarina hoje, não vem mais. Em Brasília, já se pede que o calendário eleitoral, pelo menos que prazos da janela partidária e outras exigências partidárias sejam flexibilizados. A política ficou de joelhos.

Faltou o líder

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se reuniu na segunda-feira (16) com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir medidas de combate ao avanço do coronavírus. Ministros do STF também participaram do encontro. Chamou a atenção a ausência do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).  Antes do início da reunião, os participantes higienizaram as mãos com álcool em gel e evitaram o contato físico.

Desprotegidos Em meio à pandemia de coronavírus, policiais e bombeiros militares estão atuando sem equipamentos de proteção contra o vírus, colocando a própria vida e de familiares em risco. Diante do cenário, a Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc) protocolou ofícios na Secretaria de Segurança Pública e na Saúde exigindo medidas de proteção ao militar. Entre os pedidos eles querem que o atendimento ao publico seja restrito às atividades urgentes e emergenciais e que o Estado forneça os equipamentos necessários para a segurança do profissional, a exemplo de máscaras.

Atividade parlamentar Acompanhando de perto o combate ao avanço do coronavírus no estado, a deputada Paulinha (PDT, líder do governo na Alesc, tem reforçado o apelo pelos pequenos municípios. Em contato com prefeitos de várias regiões, ela alertou que muitas cidades sequer tinham estoque de swab, que é aquele cotonete para captação de secreções que vão para análise. O pedido foi levado à Secretaria de Saúde e prontamente incluído nas demandas de atendimento do governo para conter a crise.

Deu positivo O deputado catarinense Daniel Freitas (PSL) que estava na comitiva presidencial que esteve nos EUA com o presidente Jair Bolsonaro testou positivo para o coronavírus. O resultado saiu ontem, após realização de uma contraprova. Agora, já são 15 membros da comitiva infectados. O presidente Jair Bolsonaro vai fazer novos exames

Licenciamento digital O Detran de SC avançou na digitalização dos serviços. Desde ontem, o órgão passou a emitir o Certificado de Registro e Licenciamento de forma online. Com a mudança, o cidadão consegue imprimir o documento em uma folha de papel A4, tornando o procedimento mais cômodo. A novidade foi antecipada a fim de controlar o coronavírus. O documento pode ser emitido no portal Detran e no aplicativo.

Muralha sanitária Em reunião na última segunda-feira, 16, entre entre membros do Judiciário catarinense com integrantes do sistema prisional foi pedida prorrogação das saídas temporárias e a suspensão de saídas futuras. As medidas visam a contenção do coronavírus nos sistemas prisional e socioeducativo catarinense.