“Vaquinha virtual” divide opiniões, mas é avanço

Nícola Martins
Jornalista e Administrador Público

nicola.hilario.martins@gmail.com

Uma das poucas novidades para a eleição deste ano iniciou nesta terça-feira. A possibilidade de fazer crowdfunding para as eleições deve ser usada pela grande maioria dos pré-candidatos. As famosas “vaquinhas virtuais” serão fortemente fiscalizadas pela Justiça Eleitoral para que não se transformem em meios de lavagem de dinheiro para campanhas. Os pré-candidatos que utilizarem esse meio deverão contratar uma das (até então) 20 empresas autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Em rápida pesquisa feita por meio do Instagram com meus amigos, a pergunta era: “Você doaria para uma vaquinha de um candidato em quem você acredita nas propostas?”. Houve divisão clara entre os mais de 400 participantes, pois 52% disseram que não doariam e 48% que doariam.
 
A doação eleitoral é uma forma de diminuir ainda mais a necessidade que muitos candidatos tem para financiarem suas campanhas com utilização do Fundo Partidário. Para uma campanha, é inegável a necessidade de recursos financeiros para os gastos de deslocamento, materiais impressos, locações de espaços, entre outros. A vaquinha é uma forma de arrecadação com o apoio de pessoas que acreditam em suas propostas e sem utilização do Fundo Partidário.
Este ano será um teste. Se bem sucedido, em 2020 acredito que crowdfunding será o principal meio de financiamento das campanhas eleitorais, principalmente de vereadores que buscam um primeiro mandato e têm facilidade com o meio digital.

Ajudar financeiramente, seja com 10, 50, 500 ou 2.000 reais um candidato o qual você acredita em propostas é um meio eficiente de fazer com que ele consiga atingir ainda mais pessoas com suas ideias e propostas. Assim, se eleito, você terá ainda mais possibilidades de cobrar ações deste eleito. Cabe a ele valorizar esse apoio, ser ainda mais correto e transparente em suas ações e estimular a participação dos seus eleitores no mandato. Se não agir conforme o eleitor espera, cabe ao próprio eleitor fazer campanha contrária na eleição seguinte.

Vamos observar como será usado o crowdfunding. É uma ferramenta nova para a, também nova, democracia brasileira. Como toda novidade, poderá haver erros. Essencial é observarmos e fazermos as correções necessárias para que seja aprimorado o sistema e nossa democracia seja ainda mais representativa e com participação direta da sociedade.