Uma nova gestão pública para uma nova política

O resultado eleitoral em todo o Brasil fortalece uma tendência cada vez mais presente em tempos de maior acesso à informação. As eleições foram majoritariamente decididas em favor daqueles que mostraram as melhores propostas de gestão, em detrimento do carisma pessoal e da força partidária. Tal situação traz uma importante lição aos prefeitos eleitos e reeleitos, a boa gestão é hoje o melhor “cabo eleitoral” para qualquer chefe do executivo.

Neste sentido, é um caminho sem volta a adaptação de boas práticas de gestão privada na gestão pública, bem como a criatividade e o empreendedorismo necessários para reduzir custos e aumentar receitas sem recorrer a cortes de investimentos ou aumento de tributos.
A estabilidade do servidor público não deve ser impedimento para o estabelecimento de um sistema efetivamente meritocrático de avaliação.

Do mesmo modo, o estabelecimento da figura do “contrato de gestão” com órgãos da administração direta e indireta, permite que se deixem claras as metas a serem alcançadas e os resultados esperados em cada órgão, garantindo maior eficácia.
Quanto à receita, soluções empreendedoras podem melhorar os cofres do município sem que se recorra ao aumento da carga tributária.

O estabelecimento de parcerias público-privadas e de concessões bem regulamentadas permite a execução de importantes obras com a injeção de capital privado. No caso de Tubarão, como exemplo, podemos citar a construção de um terminal de transporte coletivo, conclusão da beira-rio, construção de uma arena multiuso, bem como a construção de pontes e elevados.

No mesmo sentido, a criação de um forte sistema administrativo de formulação de projetos para as esferas estadual e federal – com servidores treinados especificamente para tal, contratação de consultores experiente e premiação financeira por resultados – pode incrementar em muito a capacidade de investimento de qualquer município.

Ações como estas podem trazer enormes benefícios para a vida de cada cidadão. São medidas que não são fins em si mesmas, mas importantes instrumentos para melhorar de verdade a vida das pessoas. E as eleições mostraram que cada vez mais os eleitores estão preocupados com o que os governos podem fazer parar melhorar efetivamente nossa qualidade de vida. Promessas mirabolantes e mentiras de ocasião são – e esperamos que sejam cada vez mais – formas ineficientes e antiquadas para conquistar o voto e a confiança das pessoas.