Uma história entre tantas…

Não sou historiadora, sou professora, sou sonhadora e acredito na educação.
Faço parte da história da escola mais antiga do bairro Oficinas, é o segundo estabelecimento de ensino construído na cidade de Tubarão.
Sou do tempo em que a régua tinha dupla função: era utilizada como material didático e recurso (des)educativo.

Tempo em que o milho servia como alimento e objeto de castigo e o muro naquela época era apenas uma divisa, não uma medida de proteção.
Sou do tempo em que se fazia continência ao diretor, se sabia decor o Hino à Bandeira: “Salve lindo pendão da esperança. Salve símbolo augusto da paz”… Hino à Independência: “Já podeis da Pátria ó filhos, ver contente ó mãe gentil”… Hino Nacional Brasileiro: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas”…

Naqueles tempos, a escola me acordava com músicas educativas tocadas ao som do alto falante (e me encantava), até hoje não me sai da lembrança” mamãe alegre e contente prepara a merenda e vai me acordar”… Uma outra música: “Brasil, Brasil, terra de graça e singeleza. Brasil, Brasil és o jardim da natureza”…
Nesse tempo, um olhar bastava e decorava-se (na 2ª série) todos os estados e capitais do Brasil (em forma de marchinha) cantávamos: “Pará, capital Belém. Maranhão, capital”… e assim por diante…
E sabíamos o histórico da escola, do então Grupo Escolar Mauá, e assim nos foi passado:

A escola recebeu o nome de Visconde de Mauá em homenagem ao Patrono Irineu Evangelista de Souza, pois foi ele quem construiu em 1854 a primeira estrada de ferro e a primeira locomotiva para o Brasil e por estar localizada no bairro Oficinas, onde é sede da Estrada de Ferro D. Teresa Cristina.
Naquele tempo, analfabeto era considerado quem não sabia ler. Hoje, a mesma designação dá-se a quem não acompanha a evolução. Antes, o castigo chegava a cavalo.
Hoje, chega via internet, a cabo, satélite….
O provérbio da moda era: “Quem ri por último ri melhor”. Hoje, “quem chega primeiro, ri melhor”.

Não se falava em projetos, em filosofia, em Piaget, Vigotsky, Paulo Freire, em contexto sócio-cultural-político, em PPP, interação, teoria sócio-construtivista, mas, à primeira vista, se queria a educação. E não sabia que o Mauá já existia desde 1942 e só foi inaugurado em 1943.
Hoje, vasculhando arquivos, remexendo documentos, descobri que esta escola tem 67 anos de histórias para contar…