Um por todos, todos por Marx

Vigentemente mostramo-nos filhos de uma era cujo egocentrismo mostra-se intrínseco às nossas bases; tal conexão alicerçada ao conceito de Marx de que a partir de nossas necessidades materiais – vestir-se, alimentar-se, viver sob um teto, etc. – geramos a impregnação daquela conhecida terminologia: o capitalismo. Quando responsáveis pela produção de nossa própria vida – aquela que se relaciona com os aspectos exteriores, visíveis – acarretamos um fazer-se na sociedade obrigatoriamente respeitado às “regras” deste modo de produção. Então, prerrogativas como: em que estágio esta ação que tem por objetivo criar ou transformar um bem, ou ainda, assegurar um serviço pode chegar? Este ciclo de trabalhar – receber – gastar findar-se-á em algum ponto, e, chegado este ponto, os recursos naturais terão aguentado tamanha devastação?

O ponto crucial – real e maligno – de toda casta protetora das ideologias de cunho capitalista é que as pessoas – meros números – o aceitam e vangloriam; já a natureza, vem “defendendo-se” como pode. O aquecimento global, por exemplo, é um fenômeno climático de larga extensão; trata-se de um aumento da temperatura média da superfície global provocado, além de razões naturais, antropogenicamente. Essa modificação operada por agentes físicos ou químicos ocasiona a diminuição da cobertura de gelo, aumento do nível do mar, mudanças de padrões climáticos, extinção de espécimes, câncer de pele – a passagem dos raios ultravioletas pela camada de ozônio.

Bom, atenhamo-nos ao último problema, o câncer. Queimaduras de pele, provenientes do sol, causadoras da obtenção de tal doença, faz nascer em nós, preocupação; preocupados compramos filtro solar, e, para gastarmos utilizamos a moeda de nosso país. Não obstante, para que possamos possuí-la, trabalhamos – talvez até mesmo, e ironicamente, em uma grande indústria responsável pela emissão dos poluentes do carbono, que, por sua vez, atenuará o efeito estufa. Capitalismo prejudicial explícito.

Seguindo a óptica de Marx, a civilização do caos – uma nação sem matéria-prima, formadora da babel ecológica – é resultante da nomenclatura utilizada no início deste: o capitalismo. Se dominados, obedecemos; se dominamos, ordenamos – logicamente, toda e qualquer vantagem advinda desta relação dar-se-á ao burguês. Logo, o proletariado, que constitui a maioria da população, deveria sentir-se lesionado e aspirar ao poder, transformando então o pensamento e as atitudes alheias – de modo que todos trabalhariam em benefício de todos. A beneficência de um – a população unida – em prol da melhoria de todos – a população dissociada, incluindo a natureza e seus recursos. Uma nação por todos e todos pela benevolência interina.